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Primeiro-ministro francês deu dois meses para ter plano orçamental pronto

“Temos dois meses para completar este plano” (cujas linhas gerais foram apresentadas na terça-feira), afirmou François Bayrou, em declarações ao canal BTMTV, citadas pela agência EFE, enquanto aguardava o início da etapa do dia da Volta a França, em Pau, no sudoeste de França.

 

O primeiro-ministro disse que, durante esse período, haverá explicações e esclarecimentos para “especificar, aperfeiçoar e responder” ao que será o orçamento de cada ministério, num processo que comparou à cordilheira montanhosa dos Himalaias, que tem como ponto mais alto do Monte Evereste e abrange cinco países da Ásia.

François Bayrou recusou-se a dar mais pormenores ou a comentar a reação dos partidos da oposição às linhas gerais do orçamento, porque tem uma regra: “Não misturo a Volta à França com a política nacional”.

A oposição, tanto a extrema-direita como o bloco de partidos de esquerda, rejeitou veementemente os principais pontos do novo orçamento e ameaça apresentar uma moção de censura no outono, uma vez terminado o período de férias parlamentares.

A união dos partidos da oposição já fez cair o anterior governo, liderado por Michel Barnier, em dezembro ao ano passado, precisamente por causa do projeto de orçamento para 2025.

O presidente francês, Emmanuel Macron, considerou o plano de austeridade anunciado por Bayrou “corajoso, ousado e lúcido”.

O plano de cortes, inédito nos últimos anos em França, visa reduzir o défice público de 5,8 % do PIB em 2024 para 4,6 % em 2026.

O plano prevê o congelamento das despesas públicas (com exceção de um aumento do orçamento da defesa) e das pensões de reforma e prestações sociais.

O documento prevê também a abolição de dois dos onze feriados anuais em França, cortes de 5 mil milhões de euros nas despesas das autarquias locais e departamentais, bem como a eliminação de certos benefícios fiscais de nicho e um aumento das receitas provenientes de uma maior luta contra a fraude fiscal.

O governante tem insistido na necessidade de travar o rápido aumento da dívida pública, uma vez que, ao ritmo atual, o pagamento da dívida atingiria 100 mil milhões de euros em 2029, tornando-se na primeira rubrica do orçamento.

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