Sergipe

10 anos depois, veja como está o sergipano que surpreendeu ao passar em medicina aos 14 anos

O ‘médico mais jovem do Brasil’, como ele se apresenta nas redes sociais, contou que, em março deste ano, vai finalizar a residência médica em ginecologia e obstetrícia, e pretende inaugurar um Centro Médico na cidade onde nasceu. José Victor Teles se apresenta nas redes sociais como o ‘médico mais jovem do Brasil’
Arquivo Pessoal
Há 10 anos, o sergipano José Victor Menezes Teles surpreendeu o país ao conseguir a aprovação no curso de medicina da Universidade Federal de Sergipe (UFS) aos 14 anos. Uma década depois, ele relembrou os desafios e contou ao g1 sobre os novos passos na carreira.
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Victor disse que, para poder cursar, houve um obstáculo legal: ele ainda não havia finalizado o ensino médio. Mesmo sendo aprovado em sétimo lugar, o adolescente à época, precisava do certificado de conclusão do ensino regular.
“As pessoas geralmente acham que entramos na justiça pedindo para ingressar na universidade, mas na verdade a UFS nunca barrou, ela apenas pede a conclusão do ensino médio. Então entramos na justiça pedindo para realizar provas de proficiência para concluir o ensino médio, similar a um supletivo”
Para garantir esse documento, o próprio jovem aos 14 anos redigiu o pedido ao secretário de Estado da Educação de Sergipe para conclusão do ensino médio, que foi negado. “Quando foi indeferido entramos na Justiça, e o juiz autorizou a realização das provas, fiz 13 exames, incluindo uma redação, e consegui a aprovação”, disse.
Após o breve embate judicial, ele começou o curso, mas, no ano seguinte, em 2016, o adolescente realizou o Enem pela segunda vez e novamente foi aprovado, dessa vez, em segundo lugar. “Para provar que não foi sorte”, brincou o médico.
Mesmo sendo muito jovem ao ingressar no curso, o fim da graduação também foi antecipado em 2021. Durante a pandemia, antes mesmo da formação, ele prestou mais de 700 horas de auxílio na linha de frente do combate à doença e foi beneficiado por uma portaria do governo federal com a antecipação da formatura junto com outros 143 novos médicos da UFS, durante a pandemia da Covid-19.
O ‘”médico mais jovem do Brasil”, como ele se apresenta nas redes sociais, vai finalizar, em março deste ano, a residência médica em ginecologia e obstetrícia, área que ele escolheu após ter trabalhado efetivamente nela durante a pandemia da Covid-19, logo após se formar.
“Justamente após tantas perdas durante a pandemia que decidi seguir para a ginecologia e obstetrícia. É de encher o coração de alegria poder atuar diretamente com o cuidado na geração de novas vidas”, afirmou.
Victor Teles é residente em obstetrícia e ginelocologia
Arquivo Pessoal
Além disso, Victor afirmou que pretende inaugurar em breve um Centro Médico na região Agreste de Sergipe onde vai atuar com a noiva, a também médica obstetra Catarina Fagundes.
“Eu a conheci durante um módulo da residência […] passávamos todos os dias juntos. Estamos na mesma área e somos uma dupla. Fazemos cursos juntos, operamos juntos e também damos plantão em dupla”, disse.
Victor pediu a noiva em casamento durante viagem à França.
Arquivo Pessoal
Victor é natural de Itabaiana, cidade com cerca de 100 mil habitantes, que fica na Região Agreste do estado, distante cerca de 55 km de Aracaju. Em 2015, a cidade vibrou com a aprovação do adolescente e até hoje os moradores demonstram carinho, o que ele sempre tenta retribuir de alguma forma. Segundo ele, pouco mais de 200 itabaianenses já vieram ao mundo com o seu trabalho.
“Morei minha vida inteira em Itabaiana e, desde o primeiro dia de formado, trabalho aqui. No momento, atuo na maternidade São José realizando partos, muitos desses de pessoas conhecidas e, a título de curiosidade, anoto e registro o nome, data e hora de todos os nascimentos que acontecem comigo”, confidenciou.
José Victor Teles, a noiva, os pais e os três irmãos mais novos.
Arquivo Pessoal
É em Itabaiana que a família de Victor vive até hoje; a mãe e o pai, que são professores, têm outros três filhos mais jovens e que já foram influenciados pela história de sucesso do irmão e por vivenciarem o dia a dia dele, mas o jovem médico relata que incentiva para que cada um siga o próprio caminho.

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