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10 dicas para fazer compras online seguras no Dia dos Namorados

O Dia dos Namorados, comemorado em 12 de junho, é um dos períodos mais aquecidos para as vendas em diferentes segmentos. No setor alimentício, por exemplo, 82% dos estabelecimentos esperam faturar mais do que no ano passado e a maioria projeta um crescimento de até 20%, segundo a pesquisa da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).

Esse aquecimento do mercado também se reflete nas compras online. Contudo, o ambiente digital, que oferece praticidade e variedade para encontrar o presente perfeito, também atrai criminosos que se aproveitam da pressa e da emoção dos consumidores apaixonados. Inclusive, os brasileiros perderam R$ 3,5 bilhões com golpes em compras virtuais recentemente, de acordo com um levantamento da OLX, plataforma de compras online.

Aumento de golpes online em datas comemorativas

Os golpistas sabem que esta é uma época em que as pessoas estão mais dispostas a gastar e menos cautelosas, criando o cenário perfeito para aplicar seus esquemas fraudulentos no digital. Os golpes podem aparecer sob diversos formatos, mas o mais comum ainda é o phishing, que chega por e-mail, SMS, redes sociais ou aplicativos de mensagem com ofertas aparentemente irresistíveis. Perfis falsos em redes sociais divulgam promoções chamativas e induzem pessoas a clicarem em links maliciosos.

Um estudo da NIQ (NielsenIQ), empresa de pesquisa de marketing, revela que três em cada dez pessoas devem comprar pelas mídias sociais em 2025, por isso, a atenção precisa ser redobrada nestes canais, em que anúncios falsos proliferam especialmente durante datas comemorativas. 

Preocupação com dados pessoais

Dados da Surfshark, empresa de cibersegurança, mostram que, apenas no terceiro trimestre de 2024, o Brasil registrou 5,1 milhões de contas online comprometidas, um aumento alarmante de 340% em relação ao trimestre anterior. Além disso, um estudo realizado pela Kaspersky, empresa de cibersegurança e software antivírus, em parceria com a consultoria jurídica Corpa, revela que 58% dos brasileiros se preocupam com o vazamento de dados pessoais, mas não sabem como evitá-lo ou quais ferramentas utilizar para se proteger.

Os golpes mais comuns envolvem phishing (roubo de dados por links falsos), clonagem de sites e roubo de credenciais de cartão de crédito. “É essencial que tanto empresas quanto consumidores compreendam a importância de proteger dados como nome, endereço, histórico financeiro e hábitos de consumo, garantindo conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)”, menciona Alan Mareines, CEO da Lina Open X, empresa de tecnologia.

Para o especialista, os consumidores têm um papel vital na proteção de seus dados. “É fundamental estarem cientes de seus direitos, como o de acesso, correção e exclusão de seus dados, além de adotarem boas práticas ao compartilhar informações pessoais, como verificar a legitimidade das empresas e utilizar canais seguros”, detalha.

Erros de digitação em endereços de sites são feitos intencionalmente para enganar o consumidor Imagem: Ground Picture | Shutterstock

Golpes mais comuns no Dia dos Namorados

  • Perfis falsos de lojas no Instagram: páginas que replicam grandes marcas com promoções “imperdíveis”;
  • Links de cupons falsos por WhatsApp ou e-mail: geralmente redirecionam para páginas de captura de dados bancários;
  • Pagamentos por PIX para contas de pessoas físicas não confiáveis: difícil rastreabilidade e quase nenhuma chance de estorno;
  • Sites com nomes semelhantes aos originais: erros de digitação propositais para enganar o consumidor.

Dicas para não cair em golpes em compras online

Abaixo, veja algumas dicas para se proteger e não cair em golpes durante as compras online:

  1. Compre apenas em sites confiáveis e conhecidos, de preferência com histórico positivo no Reclame Aqui e avaliações de outros usuários;
  2. Confira o cadeado na barra de endereços e verifique se a URL começa com “https”;
  3. Desconfie de promoções muito fora da média do mercado — preço baixo demais pode ser golpe;
  4. Nunca clique em links recebidos por WhatsApp, SMS ou e-mail de remetentes desconhecidos;
  5. Prefira usar o cartão virtual, oferecido por aplicativos de bancos, para compras únicas;
  6. Pesquise nas redes sociais os comentários sobre a loja: consumidores costumam relatar golpes ou problemas nas publicações;
  7. Evite fazer compras em redes Wi-Fi públicas, como de cafés, shoppings e aeroportos;
  8. Cheque os dados do destinatário antes de pagar via PIX ou boleto — se o nome não bater com a loja, pare o processo;
  9. Ative notificações no seu banco ou cartão de crédito para monitorar transações em tempo real;
  10. Mantenha seu celular e computador atualizados e com antivírus instalado.

“Hoje, apesar das tecnologias existentes identificarem vulnerabilidades em tempo real e utilizarem algoritmos de IA (Inteligência Artificial) para garantir o anonimato dos dados, atendendo às exigências regulamentares da LGPD, é necessário que o consumidor também tome cuidado com seus dados e com os links que acessam”, ressalta Lucas Monteiro, especialista em tecnologia e Martech Leader da Keyrus, consultoria internacional especialista em Inteligência de Dados e Transformação Digital.

Para o especialista em tecnologia e CTO da IDK, consultoria especializada em marketing, comunicação e tecnologia, Lucas Henrique, as pessoas precisam aprender a ler os termos de uso e de compra, especialmente as letras miúdas, entender quais permissões estão concedendo e adotar práticas mais seguras para gerenciar seus dados. “As empresas, por sua vez, devem assumir um papel mais ativo na proteção das informações que coletam, investindo em segurança cibernética e transparência para evitar brechas e abusos”, orienta.

O que fazer após cair em um golpe?

Caso perceba que caiu em um golpe, siga estes passos:

  • Avise imediatamente seu banco ou operadora de cartão para tentar cancelar a transação;
  • Registre um Boletim de Ocorrência (BO), que pode ser feito online em muitos estados;
  • Notifique a loja (caso tenha sido clonada) e denuncie o golpe no site do Procon ou Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP);
  • Acesse o site da SaferNet para registrar denúncias e buscar orientações específicas;
  • Compartilhe a experiência nas redes sociais e sites como Reclame Aqui para alertar outros consumidores.

Por Letícia Carvalho

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