Saúde e bem estar

5 passos para voltar ao mercado de trabalho em 2025

Em um país em constante transformação, no qual novas tecnologias e modelos de trabalho exigem habilidades cada vez mais diversas, buscar recolocação profissional deixou de ser apenas uma etapa técnica e se tornou um processo estratégico e, por vezes, emocional. Isso porque um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado no último ano, revelou que quase um terço dos profissionais brasileiros sente medo de ser demitido, refletindo o quanto a instabilidade profissional pode pesar na saúde mental.

Segundo Rennan Vilar, diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional, estar empregado é, ao mesmo tempo, uma questão de sobrevivência financeira e uma forma de restaurar a confiança e o sentido de pertencimento social.

“A recolocação profissional não é apenas sobre conseguir um novo emprego. Esse é, sim, um processo difícil, que mexe com a identidade e o emocional de quem está vivendo isso, mas também pode ser um ponto de virada quando se consegue voltar ao mercado com mais consciência e, principalmente, com mais força para reivindicar um posto de trabalho seguro e digno”, afirma.

A seguir, o executivo aponta 5 passos fundamentais para quem deseja voltar ao mercado de trabalho com mais preparo, propósito e equilíbrio emocional!

1. Evite os erros mais comuns no início da jornada

Ao perder o emprego, é comum que o profissional entre em modo de urgência e comece a se candidatar a qualquer vaga disponível, mas esse impulso pode ser prejudicial. De acordo com Rennan Vilar, os erros mais frequentes cometidos por quem busca recolocação são:

  • Enviar currículos aleatoriamente, sem foco;
  • Fazer entrevistas sem preparo ou conhecimento sobre a vaga;
  • Manter um perfil profissional genérico e desatualizado;
  • Deixar de refletir sobre o que realmente busca em uma nova oportunidade.

Segundo Rennan Vilar, a “pressa, nesse momento, é inimiga da estratégia. É preciso respirar, se reorganizar e entender que recolocar-se bem exige mais do que sorte, exige foco e direção”, orienta o diretor de Pessoas e Cultura .

2. Recomece pelo autoconhecimento

Antes de pensar em candidaturas, é essencial compreender o que se espera de um novo emprego. “Saber o que você faz bem é importante, mas saber o que o move é essencial”, afirma Rennan Vilar. Isso significa entender que tipo de ambiente favorece sua produtividade, quais valores são inegociáveis e que tipo de liderança o estimula a crescer. O executivo sugere que o profissional se faça perguntas como:

  • Em quais momentos da minha carreira me senti mais realizado?
  • Quais ambientes me adoecem e quais me fazem evoluir?
  • De que tipo de cultura organizacional eu gostaria de fazer parte?

Esse exercício de autoconhecimento ajuda a filtrar melhor as oportunidades e a se apresentar de forma mais segura e coerente durante os processos seletivos.

Um bom currículo é fundamental para quem deseja voltar ao mercado de trabalho Imagem: Production Perig | Shutterstock

3. Atualize o currículo com objetividade e estratégia

Com a evolução da tecnologia e o uso de inteligência artificial em recrutamento, o currículo ganhou ainda mais importância, mas exige novas abordagens. Segundo Rennan Vilar, currículos genéricos e extensos tendem a ser descartados com rapidez.

“Hoje, o que mais se valoriza é a clareza. Um bom currículo destaca resultados, traz dados objetivos e está alinhado com a linguagem da vaga. Não é sobre quantidade de experiências, e sim sobre qualidade e impacto”, reforça o especialista.

Veja o que um bom currículo em 2025 precisa ter:

  • Informações atualizadas e objetivas;
  • Destaque para conquistas mensuráveis (ex.: “aumentei as vendas em 30%”, “implantei novo processo que reduziu custos”);
  • Palavras-chave conectadas ao setor desejado;
  • Layout limpo, em PDF, com no máximo duas páginas.

O que evitar em um currículo:

  • Termos genéricos como “trabalhador”, “dedicado” ou “proativo” sem contexto;
  • Informações irrelevantes ou desatualizadas;
  • Currículos padronizados enviados em massa.

4. Entrevista é conexão, não somente avaliação

A entrevista continua sendo uma das etapas mais decisivas e, para muitos, a mais temida. Porém, segundo Rennan Vilar, ela deve ser encarada como um momento de troca, e não apenas de julgamento — uma oportunidade de aprofundar o contato. “É a chance de mostrar quem você é além do currículo. A empresa quer entender se você tem aderência à cultura, se sabe se comunicar e se está preparado para o desafio”, explica o executivo.

Estratégias para ter bons resultados nas entrevistas de emprego

  • Estude a empresa e a vaga antes da conversa;
  • Pratique contar sua trajetória de forma concisa e estruturada;
  • Dê exemplos reais de projetos ou desafios vividos;
  • Demonstre interesse com perguntas inteligentes sobre a organização;
  • Mantenha a escuta ativa e o equilíbrio emocional.

5. Cuide da saúde emocional durante a recolocação profissional

A jornada da recolocação pode ser longa, instável e emocionalmente exaustiva. Por isso, Rennan Vilar alerta que cuidar da saúde mental é essencial para manter a constância e a clareza. “Muitas pessoas se sentem perdidas ou inadequadas durante a transição. Mas é importante lembrar: estar em busca de uma nova oportunidade não é fracasso, é movimento. E movimento é sinal de vida”, reforça.

Dicas para manter o equilíbrio emocional

  • Criar uma rotina que inclua pausas, capacitação e momentos de lazer;
  • Estabelecer metas pequenas e reais para cada semana;
  • Participar de grupos de apoio, redes de recolocação ou mentorias;
  • Celebrar as pequenas vitórias, como ser chamado para uma entrevista;
  • Evitar a autocrítica excessiva e manter o foco no processo, não só no resultado.

Voltar ao mercado de trabalho exige autoconhecimento, paciência e estudo. “A recolocação é o início de um novo ciclo. Quando ela é feita com propósito, alinhada com valores e fortalezas reais, não só leva você de volta ao mercado, como transforma sua forma de estar nele”, conclui Rennan Vilar.

Por Nayara Campos

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