A crescente influência de Rosângela da Silva, a Janja, nos rumos do governo tem gerado questionamentos sobre transparência e responsabilidade pública. Sem ocupar cargo oficial, a esposa de Lula participa de eventos institucionais no Brasil e no exterior, sem estar submetida às exigências legais impostas a agentes públicos. O Planalto, quando questionado, alega que ela “não exerce função pública”, mas a presença constante em compromissos diplomáticos contradiz essa justificativa.
O jornal O Estado de S. Paulo criticou o governo por posicionar Janja em uma “zona cinzenta” institucional, permitindo-lhe influenciar decisões sem prestar contas. Eventos como a Olimpíada de Paris e a cúpula do G20 são exemplos de sua participação questionável. A ausência de critérios para sua representação em encontros oficiais levanta suspeitas sobre a real função da primeira-dama, enquanto informações sobre suas atividades seguem ocultas sob manobras burocráticas.
O editorial ressalta que a administração pública deve seguir princípios de transparência e que o Brasil não pode ser governado por agentes sem responsabilidade institucional. “Não pode usufruir dos bônus da função pública enquanto o governo manobra para evitar seus ônus”, destaca o texto, reforçando a necessidade de prestação de contas. A prática de se esquivar da fiscalização e da obrigação de esclarecer o uso de recursos públicos expõe um governo que foge da transparência e subverte os princípios básicos da administração.