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Governo esconde documentos sobre empresários e Venezuela

O Ministério das Relações Exteriores decretou sigilo de cinco anos sobre documentos que mencionam os irmãos Batista e suas tratativas com a Venezuela. As informações, que envolvem a J&F e suas operações com a estatal petrolífera PDVSA, foram classificadas como reservadas pela embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, sob justificativas vagas da Lei de Acesso à Informação. O sigilo impede que a população saiba detalhes de negociações estratégicas e reforça a falta de transparência em acordos internacionais.

A atuação do grupo J&F no setor de óleo e gás se expandiu em 2023, quando adquiriu a petroleira Fluxus e passou a explorar negócios na Venezuela e no Peru. No mesmo ano, recebeu autorização para comprar eletricidade do regime venezuelano e assumiu o controle da distribuidora de energia do Amazonas. Diante desses interesses, a omissão de detalhes sobre reuniões e encontros estratégicos sugere movimentações que não querem vir à tona.

Essa postura não é novidade. O governo já havia imposto sigilo a documentos sobre as eleições na Venezuela, demonstrando um padrão de ocultação sempre que o assunto envolve aliados duvidosos. Especialistas em transparência criticam duramente essa decisão, apontando que o sigilo protege figuras que, no passado, já confessaram a prática de corrupção para expandir seus negócios. Mais uma vez, a população fica à mercê de decisões obscuras e sem acesso às informações que realmente importam.

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