Em um claro caso de seletividade, Gleisi Hoffmann, ministra de Relações Institucionais, criticou os “ataques canalhas” dos opositores, mas fez questão de ignorar o comentário machista de Lula. Durante um evento no Palácio do Planalto, o presidente da República afirmou que nomeou a ex-presidente do PT por ela ser “uma mulher bonita”, um comentário claramente objetificando a mulher, mas que passou despercebido pela ministra.
Ao invés de abordar a fala do chefe, Gleisi preferiu se concentrar nas críticas da oposição, incluindo as de Gustavo Gayer, deputado que a chamou de “cafetina” em referência ao tratamento dado por Lula. A ministra, com seu discurso, tentou desviar o foco, reforçando que o presidente foi o que mais empoderou mulheres no Brasil, uma tentativa de minimizar o sexismo do líder petista.
Gleisi e outras figuras do governo foram rápidas em se manifestar contra as críticas de Gayer, mas o silêncio diante das palavras de Lula expõe a hipocrisia do discurso oficial sobre a defesa das mulheres. A ministra não se incomodou com o machismo de seu próprio partido, mas se apressou em atacar a oposição, evidenciando as distorções da retórica governista.