No Iraque, predominantemente xiita, a classe política tem criticado a recente onda de violência na Síria, levada a cabo pelas forças de segurança e por grupos armados aliados, que, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), já causaram a morte de quase 1.400 civis, a maioria dos quais pertencentes à minoria alauita, um ramo do xiismo a que pertence o clã do ex-presidente sírio Bashar al-Assad.
Os atos de violência opuseram as forças de segurança sírias a grupos fiéis a Al-Assad e são os mais graves desde a chegada ao poder de uma coligação liderada pelo grupo radical islâmico sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS).
As tensões começaram em 06 de março numa aldeia de maioria alauita da província de Latakia, na sequência da detenção de uma pessoa procurada pelas forças de segurança.
A situação degenerou rapidamente em confrontos quando homens armados da minoria muçulmana alauita, que as autoridades descreveram como leais a Assad, abriram fogo contra várias posições ocupadas pelas forças de segurança.
Os civis da comunidade alauita foram depois alvo de represálias.
Al-Shaibani chegou a Bagdade hoje, onde foi recebido no Ministério dos Negócios Estrangeiros por Hussein, informou a agência noticiosa oficial INA.
A visita surge num contexto de crescente hostilidade no Iraque relativamente a parte da comunidade síria que ali vive.
Nos últimos dias, as forças iraquianas detiveram pelo menos 13 sírios acusados de “promoverem grupos terroristas” e de apoiarem os massacres na Síria, afirmaram dois responsáveis da segurança à agência noticiosa francesa AFP.
Os diplomatas sírios condenaram na quarta-feira os ataques contra os cidadãos sírios no Iraque, e apelaram ao Governo iraquiano para “garantir a segurança dos sírios que vivem” no país.
Desde que os antigos rebeldes sunitas, liderados pelo atual presidente interino, Ahmad al-Charaa, tomaram o poder na Síria, em dezembro, Bagdade tem mantido uma relação de vigilância com Damasco, uma vez que o novo líder sírio esteve outrora ligado à al-Qaida.
Antes de ser derrubado, o regime sírio de Bashar al-Assad foi apoiado por grupos armados iraquianos pró-iranianos, que foram destacados para a Síria durante a guerra civil, que durou 14 anos e devastou o país.