Representantes do Alto Comando das Forças Armadas seguem rejeitando a principal tese do ministro Alexandre de Moraes, que relaciona os ataques de 8 de janeiro a uma tentativa de golpe organizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Para os militares, embora os atos tenham sido violentos e condenáveis, não há elementos que comprovem uma articulação para romper com o regime institucional.
Generais destacam que, naquele domingo, a cúpula do Exército estava fora de Brasília e que o então comandante Marco Antônio Freire Gomes resistiu a qualquer proposta fora da legalidade. A avaliação entre militares é de que houve falhas graves e episódios lamentáveis, mas sem coordenação que justifique a tese de golpe. “Temos uma lista de erros cometidos no 8 de janeiro, e isso é um dado concreto”, afirmou um general.
Apesar das investigações apontarem monitoramento irregular por parte de agentes da Abin e de oficiais, o elo entre as propostas debatidas após as eleições como Estado de Sítio ou GLO e os atos de destruição ainda não foi demonstrado. Um general resume, em confidência: “O 8 de janeiro foi um erro que acabou favorecendo o governo”.