Em algumas regiões do Brasil, o número de imóveis supera a quantidade de habitantes, um fenômeno que desperta interesse de urbanistas, economistas e gestores públicos. Esse cenário é observado principalmente em cidades litorâneas e turísticas, onde a presença de casas de veraneio, apartamentos para aluguel de temporada e imóveis desocupados é significativa. O levantamento desses dados é realizado por órgãos oficiais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que fornece informações detalhadas sobre a relação entre domicílios e população em diferentes municípios.
De acordo com o Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE, diversas cidades brasileiras apresentam mais residências cadastradas do que habitantes fixos. Esse fenômeno não é exclusivo do Brasil, mas ganha destaque em território nacional devido ao crescimento do turismo interno e à busca por imóveis de lazer, especialmente em regiões costeiras e áreas de grande atratividade natural.
Quais cidades brasileiras têm mais imóveis do que habitantes?
Segundo dados do IBGE, cidades como Balneário Rincão (SC), Bombinhas (SC) e Ilhabela (SP) figuram entre os municípios onde o número de domicílios ultrapassa o de moradores. Em Bombinhas, por exemplo, o Censo 2022 apontou cerca de 30 mil imóveis para uma população estimada em pouco mais de 21 mil pessoas (IBGE Bombinhas). Já em Ilhabela, litoral norte de São Paulo, foram registrados aproximadamente 40 mil imóveis residenciais para cerca de 35 mil habitantes (IBGE Ilhabela).
Além dessas, municípios como Ubatuba (SP), Guarapari (ES) e Cabo Frio (RJ) também apresentam essa característica. O fenômeno se intensifica em períodos de alta temporada, quando a população flutuante pode multiplicar o número de pessoas presentes nessas cidades, impactando a infraestrutura local e os serviços públicos.
Por que ocorre esse fenômeno de mais imóveis do que habitantes?
O principal fator que explica essa disparidade é a vocação turística dessas cidades. Muitos imóveis são adquiridos como segunda residência, destinados ao lazer ou ao aluguel por temporada. Em alguns casos, há uma grande quantidade de propriedades desocupadas durante boa parte do ano, sendo utilizadas apenas em feriados ou férias escolares.
- Turismo sazonal: A procura por destinos de praia e natureza faz com que investidores e famílias adquiram imóveis para uso eventual.
- Mercado imobiliário aquecido: A valorização dos imóveis nessas regiões incentiva a construção de novas unidades, mesmo sem demanda permanente de moradores.
- Desenvolvimento urbano: A expansão de infraestrutura e serviços atrai novos empreendimentos, ampliando o número de residências disponíveis.
Além disso, a facilidade de acesso a financiamentos e a popularização de plataformas de aluguel por temporada, como Airbnb, contribuem para o aumento do estoque de imóveis em cidades turísticas.
Quais são os impactos dessa relação para as cidades?
A existência de mais imóveis do que habitantes pode trazer desafios e oportunidades para os municípios. Entre os principais impactos, destacam-se:
- Infraestrutura sobrecarregada: Durante a alta temporada, o aumento repentino da população exige maior capacidade de abastecimento de água, coleta de lixo e atendimento em saúde.
- Receita municipal variável: A arrecadação de impostos, como o IPTU, pode ser elevada, mas a demanda por serviços públicos oscila conforme a presença de turistas.
- Mercado de trabalho sazonal: A oferta de empregos temporários cresce em determinados períodos, mas pode ser insuficiente para garantir renda estável aos moradores.
- Desafios de planejamento urbano: O crescimento desordenado e a ocupação irregular podem comprometer a qualidade de vida e o meio ambiente.
Por outro lado, o fenômeno pode impulsionar o desenvolvimento econômico local, gerar oportunidades no setor de turismo e valorizar o mercado imobiliário. A gestão eficiente desses fatores é fundamental para garantir o equilíbrio entre crescimento e qualidade de vida.
Como os dados do IBGE ajudam a compreender essa realidade?
O IBGE desempenha papel essencial ao fornecer informações detalhadas sobre população e domicílios em todo o país. Por meio do Censo Demográfico, é possível identificar municípios com mais imóveis do que habitantes, subsidiando políticas públicas e estratégias de desenvolvimento urbano. Os dados oficiais estão disponíveis no portal do IBGE (https://cidades.ibge.gov.br/), permitindo consultas por cidade e comparação entre diferentes regiões.
O acompanhamento dessas estatísticas auxilia gestores e a sociedade a compreenderem as dinâmicas locais, planejar investimentos e adotar medidas para enfrentar os desafios decorrentes desse fenômeno. O monitoramento contínuo contribui para o uso racional dos recursos e para a promoção de cidades mais equilibradas e sustentáveis.
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