O setor sucroalcooleiro no Brasil em 2025 enfrenta desafios e oportunidades. A produção de açúcar deve cair 4,7%, impactada por condições climáticas adversas, enquanto o consumo global segue em alta. A produção de etanol de milho deve crescer 22%, compensando a queda na produção de etanol de cana.
A indústria sucroenergética registrou recordes em 2024, mas ainda lida com os efeitos da seca e das queimadas. O açúcar deve manter preços elevados, impulsionado pela demanda de mercados emergentes e estoques reduzidos. Já o etanol pode se beneficiar da ampliação da mistura na gasolina e da valorização do dólar.
Além disso, há um litígio judicial envolvendo indenizações ao setor, o que pode impactar financeiramente algumas empresas. Apesar dos desafios, o Brasil segue como protagonista no mercado global de açúcar e bioenergia.
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O mercado global de açúcar em 2025 apresenta um cenário de forte volatilidade, impulsionado por fatores macroeconômicos e de disponibilidade. A inflação global deve cair para 3,5%, favorecendo economias avançadas, enquanto países como Brasil, Índia e China enfrentam desafios.
O Brasil, maior fornecedor mundial, deve consolidar sua liderança nas exportações, com preços sustentados por estoques reduzidos e demanda crescente de mercados emergentes como Paquistão e Indonésia. A valorização do real pode limitar novas vendas, mas tensões comerciais entre potências globais podem abrir oportunidades para o setor.
Protagonista incontestável
Com uma demanda robusta e desafios climáticos, o Brasil segue como um protagonista incontestável na produção e exportação de açúcar. O mercado global da commodity impacta diretamente a economia brasileira, especialmente na região Centro-Sul, onde a produção é mais intensa.
Em 2025, o Brasil deve consolidar sua liderança nas exportações, impulsionado por preços elevados e demanda crescente de países emergentes, como os já citados Paquistão e Indonésia.
A valorização do dólar pode favorecer as exportações, tornando o açúcar brasileiro mais competitivo no mercado internacional. Além disso, tensões comerciais entre grandes potências, como Estados Unidos e China, podem abrir novas oportunidades para o setor sucroalcooleiro brasileiro.
No mercado interno, os preços devem se manter em patamares favoráveis, com uma possível arbitragem entre os mercados doméstico e externo. Apesar da instabilidade macroeconômica, a economia brasileira deve continuar crescendo, absorvendo parte da oferta destinada ao mercado interno.
Desafios ao setor sucroalcooleiro
O setor sucroalcooleiro no Brasil enfrenta desafios significativos em 2025, mas também oportunidades estratégicas. Aqui estão alguns dos principais desafios:
- Insegurança jurídica: o governo tenta reverter uma decisão judicial que reconheceu indenizações ao setor, o que pode impactar financeiramente algumas empresas.
- Oscilações de preços: a volatilidade no mercado global de açúcar e etanol afeta a rentabilidade do setor.
- Condições climáticas adversas: a seca e queimadas em 2024 impactaram a produtividade da cana-de-açúcar, gerando preocupações para a safra 2025/2026.
- Desafios tecnológicos: a adoção de inteligência artificial no agronegócio enfrenta barreiras regulatórias e culturais, dificultando a modernização do setor.
- Reestruturação financeira: empresas como a Raízen estão passando por ajustes para reduzir custos e melhorar a eficiência, mas isso pode levar anos para gerar retorno aos acionistas.
Apesar desses desafios, o Brasil segue como líder global na produção de açúcar e bioenergia, com oportunidades de crescimento no mercado externo e na transição energética.
Oportunidades em 2025
O setor sucroalcooleiro no Brasil tem grandes oportunidades em 2025, apesar dos desafios. Algumas das principais perspectivas incluem:
- Expansão das exportações: o Brasil deve consolidar sua liderança global no comércio de açúcar, impulsionado pela demanda de mercados emergentes e estoques reduzidos.
- Valorização do etanol: a expectativa de aumento da mistura de etanol na gasolina pode fortalecer o mercado interno e impulsionar investimentos.
- Investimentos em tecnologia: a modernização da colheita e do transporte, incluindo a locação de veículos pesados, pode reduzir custos e aumentar a eficiência.
- Câmbio favorável: a valorização do dólar pode beneficiar as exportações brasileiras, tornando o açúcar e o etanol mais competitivos no mercado internacional.
- Oportunidades comerciais: tensões comerciais entre grandes potências, como Estados Unidos e China, podem abrir novas possibilidades para o Brasil.
Com um cenário global favorável e investimentos estratégicos, o setor pode se fortalecer ainda mais.

*Maurício Muruci é especialista em açúcar, etanol e biodiesel da Safras & Mercado, com mais de 15 anos de experiência em análises econômicas e consultoria para mercados agrícolas
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