A União Europeia (UE) e o Canadá realizam hoje uma cimeira em Bruxelas para estreitar a cooperação entre os dois lados do Atlântico, num contexto geopolítico alterado por diversos conflitos e pela postura incerta de Washington.
A cimeira, a vigésima entre o bloco comunitário e Otava, vai ser encabeçada pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, do lado da UE, e pelo recentemente empossado primeiro-ministro canadiano, Mark Carney.
O reforço da cooperação em diferentes níveis — comércio, segurança económica, energia, gestão de crises, justiça e assuntos internos — e da parceria estratégica UE-Canadá são os principais motivos deste encontro, que ocorre num contexto geopolítico e económico em rápida evolução e incerto, na sequência dos diversos conflitos em curso, nomeadamente na Ucrânia e no Médio Oriente, mas também pela decisão dos Estados Unidos de imporem novas tarifas aos seus principais parceiros comerciais.
Deverá ser assinado um acordo em matéria de defesa e segurança entre o bloco europeu e Otava.
Na agenda do encontro estará a Ucrânia, sendo expectável que os representantes reafirmem o seu apoio a vários níveis a Kiev e a necessidade de aumentar a pressão sobre a Rússia.
Também será abordada a situação humanitária na Faixa de Gaza, descrita pela UE como “catastrófica” na sequência da ofensiva israelita que visa o enclave palestiniano desde outubro de 2023, bem como a escalada das tensões entre Israel e o Irão, que teve início no passado 13 de junho.
Espera-se igualmente que abordem outras questões regionais fundamentais, incluindo o Ártico e o Indo-Pacífico.
No campo económico, e perante uma postura comercial mais agressiva dos Estados Unidos, a UE, que é o segundo maior parceiro comercial do Canadá, quer estreitar os laços com Otava.
São esperados acordos sobre investimentos e trocas comerciais entre o bloco europeu e o Canadá, compromissos que serão assentes, segundo Bruxelas, “num comércio sustentável, justo e aberto, baseado em regras acordadas internacionalmente”.
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