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Vários feridos em confrontos entre polícia e manifestantes em Belgrado

A polícia lançou gás lacrimogéneo e bombas de atordoamento contra manifestantes que durante a tarde se concentraram em grande número na capital, Belgrado, para pedir eleições legislativas antecipadas.

 

O ministro do Interior, Ivica Dadic, condenou “os ataques brutais contra polícias por parte de manifestantes numa reunião não autorizada”, segundo a televisão pública sérvia RTS.

“A polícia tomará todas as medidas necessárias para restaurar a ordem e a paz públicas, repelir todos os ataques e prender todos os que atacaram a polícia”, acrescentou.

A manifestação contra o Presidente populista da Sérvia, Aleksandar Vucic, terá juntado pelo menos 100.000 pessoas, segundo a agência France Presse, mantendo a pressão sobre o Governo após mais de sete meses de protestos liderados por estudantes que abalaram o país.

A enorme multidão gritou “Queremos eleições!” enquanto enchia a Praça Slavija, no centro da capital, e vários quarteirões em redor, com muitos sem conseguirem chegar ao local, descreve a agência norte-americana Associated Press, indicando que a tensão era elevada antes e durante o protesto.

As eleições presidenciais e legislativas na Sérvia estão previstas para 2027.

Segundo a AP, a polícia de choque posicionou-se em redor de edifícios governamentais e perto de um acampamento de apoiantes de Vucic, no centro de cidade, a pouca distância do qual surgiram os confrontos entre grupos de manifestantes e a polícia.

Horas antes do comício, o partido de Vucic trouxe para Belgrado dezenas dos seus apoiantes de outras partes do país, muitos deles com camisolas onde se lia: “Não desistiremos da Sérvia”.

As manifestações lideradas por estudantes universitários iniciaram-se em novembro na sequência do desabamento da cobertura de uma estação ferroviária renovada, que matou 16 pessoas e que foi atribuído à corrupção no Governo e à negligência nos projetos de infraestruturas estatais.

Vucic e o seu partido de direita, o Partido Progressista Sérvio, recusaram repetidamente a exigência de eleições antecipadas e acusaram os manifestantes de planearem a violência por ordens do exterior, sem especificar.

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