O Quatum de Alcatéia, um dos garanhões mais premiados e valiosos do país, morreu em Atalaia, Alagoas, com suspeita de intoxicação alimentar.
O cavalo, da raça Mangalarga Marchador, de pelagem alazã, avaliado em R$ 12 milhões, vivia no haras Nova Alcateia, quando começou a apresentar sintomas graves e não resistiu. Veio a óbito em 25 de junho, quatro meses antes de completar sete anos. As informações são do portal G1.

O criatório informou que os sintomas de intoxicação começaram com a substituição da ração antiga pela da Nutratta Nutrição Animal Ltda. Até o momento, 238 mortes de equinos pelo mesmo motivo estão sob investigação em todo o país.
Em nota, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) diz que apura o caso desde a primeira denúncia oficializada, em 26 de maio.
Já o haras informou que os efeitos da intoxicação no Quantum foram rápidos e devastadores e as tentativas de saná-los não surtiram efeito. Todos os animais que morreram no local, 69 até o dia 7 de julho, apresentaram quadros clínicos semelhantes.
“O Quantum era o cavalo mais espetacular da raça. O cavalo que mais prometia, que já tinha sido campeão brasileiro, campeão nacional. Participou de provas em alto nível. Estava dando uma produção extraordinária. Os filhos dele são extraordinários. Era uma das maiores promessas da raça”, afirmou Luciano Conceição, um dos proprietários do cavalo.
Em nota, o haras destaca que laudos preliminares de laboratórios oficiais confirmaram a presença de substância altamente tóxica, no caso, alcaloides pirrozilidínicos (monocrotalina) em concentrações capazes de causar doença e mortes em equídeos e outras espécies.
Sobre o Quantum

Além de garanhão consagrado em torneios de marcha, Quantum era um investimento de um consórcio de acionistas, modelo muito comum no mercado de cavalos de elite.
Um dos sócios do animal, Luciano Conceição, fez uma postagem emocionada nas redes sociais sobre a morte de Quantum.
“Vc é tão grande que fez eu me sentir grande. Um criador comum, até falarem que eu era seu dono. Vc é tão sensacional que vc conseguiu nos projetar muito mais do que faríamos sem vc. Tudo funcionava em função de vc. Todas as decisões, todos os rumos, todas as escolhas… tudo era definidos em função de vc.”
Conforme o haras, técnicos do Mapa estiveram no local entre os dias 9 e 12 de junho para levantar informações e coletar amostras do produto supostamente contaminado e também dos animais que morreram, por meio de necropsia.
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“Infelizmente, não teremos nossos animais de volta, mas seguimos tomando todas as providências para que os responsáveis sejam punidos e para que episódios como esse não se repitam”, disse o Haras Nova Alcateia, em nota.
Ração suspensa
O Governo Federal determinou o recolhimento de todos os produtos destinados a equídeos fabricados pela empresa Nutratta Nutrição Animal, com data de fabricação a partir de 21 de novembro de 2024.
O recolhimento e a proibição da venda da ração Forrage Horse, da mesma empresa, já haviam sido determinados pelo Ministério no dia 4 de junho.
Desde os primeiros relatos de mortes de cavalos pela ração da Nutratta, no começo de junho, em Indaiatuba, interior de São Paulo, o Canal Rural tenta contato com a empresa, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
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