Lavrov falava numa conferência de imprensa na cidade de Wonsan, no sudeste da Coreia do Norte, onde teve um encontro com a homóloga norte-coreana, Choi Son-hee.
O chefe da diplomacia russa afirmou que a Rússia não tem motivos para “rejeitar a sincera expressão de solidariedade” do líder norte-coreano, Kim Jong-un, e disse que Pyongyang reiterou o seu apoio incondicional à Rússia na guerra com a Ucrânia.
“Trocámos opiniões sobre a situação em torno da crise ucraniana. Os nossos amigos coreanos confirmaram o seu apoio inequívoco a todos os objetivos da operação militar especial e às ações do Governo e do exército russos”, disse.
Lavrov adiantou ainda que a Rússia planeia erigir um monumento de homenagem aos soldados norte-coreanos que morreram em Kursk.
De acordo com dados do Serviço Nacional de Informações da Coreia do Sul, cerca de 15 mil soldados norte-coreanos participaram na guerra até à data.
Já sobre os esforços da coligação concebida pelo Reino Unido e pela França para apoiar a Ucrânia após um cessar-fogo (‘coligação dos dispostos’) com uma futura força de manutenção de paz, Lavrov desvalorizou.
“Não é algo que nos interesse particularmente. Infelizmente falam muito sobre isso, então não é fácil ignorar. Não tomamos e não tomaremos a sério e não temos intenção de discutir todos os tipos de fantasias promovidas por quem pretende brilhar de alguma forma no cenário internacional”, disse.
Os laços militares entre Moscovo e Pyongyang têm-se estreitado desde que assinaram um tratado de parceria estratégica em 2024, que inclui uma cláusula de defesa mútua.
Acredita-se também que Pyongyang tenha enviado tropas e munições para apoiar a invasão da Ucrânia pela Rússia em troca de sistemas de armas antiaéreas de Moscovo.
As frequentes visitas de altas figuras entre os dois países alimentam especulações sobre uma nova cimeira entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e Kim Jong-un, após a histórica visita do líder do Kremlin a Pyongyang em junho de 2024, durante a qual o acordo de parceria estratégica foi assinado.
O Kremlin declarou na quarta-feira passada que uma nova reunião deste tipo não está planeada por enquanto.
Leia Também: Rússia afirma que Coreia do Norte ajudou na “libertação de Kursk”
