“Acabo de sair do campo de detenção de imigrantes em Everglades. Setecentos e cinquenta humanos em jaulas. Não nos permitiram falar com os detidos. Há imigrantes sem antecedentes criminais”, disse o senador Carlos Guillermo Smith.
A congressista Debbie Wasserman Schultz assegurou que há “32 detidos por jaula”, com apenas alguns beliches e casas de banho, pelo que “obtêm água para beber e lavar os dentes onde defecam, na mesma unidade”.
“Estão a usar jaulas. Estes detidos estão a viver em jaulas. As imagens que viram não fazem justiça ao local. Estão basicamente amontoados em jaulas”, sublinhou aos jornalistas à saída do centro.
A Florida, um dos Estados que deu a vitória ao republicano Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas de novembro de 2024, abriu o complexo Alligator Alcatraz aos legisladores democratas, mas não à imprensa, depois de os primeiros imigrantes detidos terem denunciado aos media locais as condições desumanas vividas, com calor e humidade asfixiantes, escassez de água e comida putrefacta.
O centro de detenção de imigrantes abriu na semana passada num aeroporto abandonado em Everglades, zona natural a oeste de Miami rodeada de pântanos, jacarés, serpentes e panteras.
Os congressistas e senadores democratas consideraram o complexo “uma manobra política e publicitária dispendiosa” da administração Trump e do Governo do Estado da Florida.
“Lamentavelmente, vemos que o Presidente Trump retira o estatuto legal a quase um milhão de imigrantes cubanos, venezuelanos, haitianos e nicaraguenses no nosso Estado e agora está a deportar familiares de milhões de cidadãos da Florida da forma mais desumana possível”, afirmou o congressista Darren Soto.
Às críticas dos legisladores somam-se as da arquidiocese de Miami, que qualificou o novo centro de detenção, com capacidade para 5.000 imigrantes, como “corrosivo e inapropriado”.
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