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Grécia detém primeiros migrantes após suspensão de pedidos de asilo

“Os migrantes ilegais que chegaram da Líbia nas últimas horas foram detidos pela guarda costeira”, afirmou Thanos Plevris na rede social X.

 

“Não têm direito a pedir asilo, não serão levados para centros de acolhimento, mas permanecerão sob custódia policial até ao início do processo de repatriamento”, acrescentou o ministro.

Esta decisão surge na sequência do anúncio feito pelo executivo grego, a 09 de julho, da suspensão por três meses da análise dos pedidos de asilo de migrantes que cheguem por mar a partir do Norte de África.

Segundo as autoridades gregas, mais de 7.300 migrantes chegaram a Creta e a Gavdos desde o início do ano, face às 4.935 chegadas registadas em 2024.

Dos cerca de 200 migrantes detidos, 190 desembarcaram no sul da ilha de Creta e os restantes 11 foram encontrados perto da ilha de Agathonísi, ao largo da costa turca, indicou a guarda costeira à agência de notícias francesa AFP.

A televisão pública ERT noticiou que um destes migrantes estava ferido e acabou por morrer no hospital.

A Grécia tem registado um aumento no número de chegadas de migrantes provenientes da Líbia, sobretudo a Creta, ilha natal do primeiro-ministro conservador, Kyriakos Mitsotakis.

Só no mês de julho, mais de 2.000 pessoas chegaram ao território, gerando indignação entre as autoridades locais e operadores turísticos, que pressionaram o Governo helénico para tomar medidas que travem este fluxo.

O Ministério da Imigração da Grécia preparou também uma nova legislação que prevê penas de prisão superiores a dois anos para migrantes que entrem ilegalmente no país, e superiores a cinco anos em caso de reincidência.

“Quem entra ilegalmente no meu país tem de perceber que está a entrar num regime de vigilância, não de hospitalidade”, disse Thanos Plevris ao canal Open TV na passada quinta-feira.

“Sou adepto de medidas dissuasoras… não somos um hotel”, insistiu o ministro, classificando a chegada de migrantes como uma “invasão”.

Atenas já tinha suspendido temporariamente a análise de pedidos de asilo no início de 2020, no auge da crise migratória com a Turquia, quando milhares de pessoas em busca de asilo na União Europeia acorreram à fronteira greco-turca.

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