Internacional

EUA sancionam entidades usadas por Hutis para obter e branquear capitais

“Estes intervenientes geraram milhões em ganhos pessoais, enquanto reforçaram a capacidade dos Hutis, apoiados pelo Irão, de ameaçar rotas marítimas vitais para o comércio internacional”, refere a diplomacia norte-americana em comunicado hoje divulgado.  

 

“A ação de hoje assenta numa série de medidas que visam a geração de receitas e a aquisição de armamento por parte dos Hutis, reafirmando a nossa determinação em combater o terrorismo, promover a segurança regional e defender a liberdade de navegação”, adianta o departamento liderado por Marco Rubio.

A 04 de março, o Departamento de Estado anunciou a redesignação da Ansarallah (nome oficial dos Hutis) como organização terrorista estrangeira.

“Os Estados Unidos estão empenhados em travar a geração de receitas ilícitas dos Hutis, mantendo a pressão sobre os facilitadores financeiros que os alimentam”, adianta a diplomacia norte-americana.

Noutro comunicado, o Departamento do Tesouro refere que os Hutis “apoiados pelo Irão ganham anualmente centenas de milhões de dólares a trabalhar com empresários iemenitas para tributar as importações de petróleo, gerando receitas essenciais que financiam as [suas] atividades desestabilizadoras na região”.

O alvo é uma rede de indivíduos e suas empresas localizadas no Iémen e nos Emirados Árabes Unidos (EAU), “que estão entre os maiores importadores de produtos petrolíferos e branqueadores de capitais que beneficiam os Hutis”, adianta.

ENtre os indivíduos designados está Muhammad Al-Sunaydar, que Washington afirma gerir uma rede de empresas petrolíferas entre o Iémen e os EAU e ser um dos mais importantes importadores de petróleo imenenitas, através da Arkan Mars Petroleum Company for Oil Products Imports, e que terá um acordo com os Hutis para importar gás e petróleo, incluindo produtos petrolíferos iranianos, para o grupo terrorista através dos portos de Hudaydah e Ras Isa.

A Arkan Mars Petroleum DMCC e a Arkan Mars Petroleum FZE são empresas sediadas nos EAU associadas à Arkan Mars que estão envolvidas na exportação de petróleo para o Iémen, e que coordenaram a entrega de aproximadamente 12 milhões de dólares em produtos petrolíferos iranianos aos Hutis.

Segundo o Tesouro norte-americano, o outro indivíduo designado, Yahya Mohammed Al Wazir, branqueia e recolhe dinheiro para os Hutis, e entre novembro e dezembro de 2024, a sua empresa de fachada Al-Saida Stone for Trading and Agencies gastou aproximadamente seis milhões de euros em cinco pagamentos para comprar carvão a granel, presumivelmente para importar para o Iémen.  

A Fábrica de Cimento Amran, também alvo de sanções, é uma entidade controlada pelos Hutis que tem fornecido ao grupo terrorista recursos para branqueamento de capitais e geração de rendimentos, adianta.   

Os Hutis, que controlam a capital Sanaa e outras partes do Iémen, país em guerra desde 2014 e o mais pobre da Península Arábica, fazem parte da aliança contra Israel criada por Teerão, que inclui outros grupos como o Hezbollah no Líbano e o Hamas palestiniano.

Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 07 de outubro de 2023, os rebeldes lançam regularmente mísseis contra Israel, a maioria dos quais é intercetada antes de entrar no espaço aéreo israelita.

Os Hutis também atacaram navios que consideram estar ligados a Israel, afirmando agir em solidariedade com os palestinianos.

Em resposta, Israel bombardeou várias vezes infraestruturas sob o controlo huti, nomeadamente o porto de Hodeida, já alvo de um ataque a 07 de julho.  

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