A televisão estatal síria anunciou a chegada do comboio, o terceiro desde o fim dos combates em 20 de julho, e difundiu imagens de camiões da organização de assistência humanitária Crescente Vermelho Sírio a entrar na província.
De acordo com a agência de notícias oficial síria Sana, o comboio integrava 27 camiões que transportavam “200 toneladas de farinha, 2.000 ‘kits’ de abrigo e 1.000 cestos de alimentos”, enviados conjuntamente por “organizações internacionais, o governo sírio e a comunidade local”.
A província, predominantemente drusa, foi palco de uma semana de confrontos entre drusos e beduínos, antes de os combates se terem estendido com a intervenção das forças governamentais e dos combatentes tribais que vieram ajudar os beduínos.
Israel também atacou posições das forças governamentais sírias na Sweida e fez bombardeamentos em Damasco, que Telavive justificou como uma ação em defesa de minoria drusa.
De acordo com a organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), mais de 1.400 pessoas foram mortas nos combates, a maioria das quais drusos.
A ONU advertiu que “a situação humanitária” na província continua “crítica devido à instabilidade atual e às hostilidades esporádicas”.
“O acesso humanitário a Sweida continua a ser extremamente limitado (…), o que restringe a capacidade de avaliar as necessidades e de prestar ajuda vital”, de acordo com um relatório das Nações Unidas.
A violência levou à retirada de 176.000 pessoas e causou cortes de água e eletricidade, acrescentou.
Um fotógrafo da agência de notícias France-Presse em Sweida observou longas filas à porta das poucas padarias ainda abertas.
No domingo, o ‘site’ Suwayda 24 publicou um apelo de várias ONG locais referindo-se a uma “catástrofe humanitária” em Sweida e afirmando que a província estava sujeita a um “bloqueio sufocante imposto pelas autoridades”.
As tropas governamentais estão posicionadas em certas zonas da província, de acordo com o OSDH, acrescentando que as mercadorias provenientes do exterior da província deixaram de entrar desde o encerramento da estrada Sweida-Damasco, onde grupos armados estacionados nas proximidades bloqueiam o tráfego.
No entanto, o governador de Sweida, Moustafa al-Bakkour, garantiu, no domingo, à Sana, que “os comboios de ajuda humanitária estão a entrar diariamente e normalmente na província”.
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