Internacional

Conselho da Europa critica Espanha por corrupção entre altos responsáveis

Num relatório, o Grupo de Estados contra a Corrupção (Greco), que reúne 48 países, “observou a ausência de uma ação contundente e de resultados concretos em relação às recomendações indicadas para as funções executivas de alto nível no Governo central”.

 

O relatório deste órgão do Conselho da Europa reconheceu que no âmbito do Plano de Ação para a Democracia e do projeto de lei sobre a transparência administrativa “são propostas melhorias” neste setor do combate à corrupção, “mas estas iniciativas ainda têm de ser implementadas”.

“Não foram tomadas quaisquer medidas para reformar o processo especial que rege o regime de responsabilidade criminal dos membros do governo”, sendo que o Gabinete de Conflitos de Interesses “ainda não é verdadeiramente independente e não tem orçamento próprio”, afirmou o Greco.

Por isso, o Grego solicitou às autoridades espanholas que apresentem um relatório sobre os progressos alcançados na implementação das suas recomendações até 30 de junho de 2026.

As investigações judiciais contra pessoas próximas do primeiro-ministro socialista têm-se multiplicado há meses. Perante a crise mais grave desde que assumiu o poder, apresentou um plano anticorrupção ao Parlamento em 09 de julho.

O antigo número três do PSOE, Santos Cerdán, um dos colaboradores próximos de Sánchez, foi implicado após a publicação, em 12 de junho, de um relatório da polícia indicando que tinha recebido subornos em troca de contratos públicos. Foi colocado em prisão preventiva.

A própria mulher do chefe do Governo espanhol, Begoña Gómez, está sob investigação por corrupção e tráfico de influência, o seu irmão David será julgado por tráfico de influência, e o Procurador-Geral do Estado, Álvaro García Ortiz, nomeado em 2022 por proposta do Governo de esquerda, será julgado por fuga de informação judicial.

Por outro lado, a direita espanhola esteve envolvida num escândalo em julho, quando um juiz anunciou a acusação de cerca de trinta pessoas, entre as quais um antigo ministro do Partido Popular (PP), Cristóbal Montoro, por sete crimes que vão desde fraude a corrupção.

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