A seca na pecuária é um desafio recorrente para os produtores rurais. Com a queda da qualidade e quantidade da pastagem, o risco de perda de peso do gado aumenta significativamente. Por isso, o planejamento antecipado é a chave para manter a produtividade e o bem-estar do rebanho.
Segundo a especialista Ana Virginia, esse planejamento deve começar com até um ano de antecedência, especialmente se a estratégia envolver produção de silagem ou preparo de lavouras.
Conhecer a fazenda e o rebanho é o primeiro passo
Antes de qualquer ação, o produtor precisa conhecer sua propriedade e seus animais. Isso inclui:
- Avaliar a qualidade das forragens disponíveis
- Mapear áreas com potencial para diferimento de pastagem
- Identificar as exigências nutricionais por faixa etária do gado
- Pesar os animais periodicamente para obter dados concretos
Sem essas informações, não há como tomar decisões precisas e adaptar o manejo de forma eficiente.
Estratégias de alimentação na seca
Quando o pasto seca e perde valor nutricional, é essencial pensar em alternativas. As principais estratégias incluem:
Diferimento de pastagem
Técnica simples e eficaz que consiste em reservar uma área de pasto no final das águas para ser usada exclusivamente durante a seca.
Silagem e volumosos
Produzir ou adquirir silagem de milho ou outras forragens ensiladas garante alimento de qualidade. Para isso, é necessário investir em lavoura, sementes, insumos e estrutura adequada o que exige planejamento de longo prazo.
Capineiras e cana-de-açúcar
Outra opção viável são as capineiras, como a cana, que devem ser cortadas diariamente. Contudo, é preciso avaliar se a fazenda possui mão de obra e equipamentos suficientes para o manejo diário.
Suplementação nutricional
Se o volumoso for insuficiente, entram em cena os suplementos:
- Suplementação proteica
- Proteica + energética, se necessário
- Rações completas, em último caso
Caso nenhuma das opções seja viável, reduzir a taxa de lotação pode ser a única saída o que reforça a importância de se planejar com antecedência.
Alternativas ao milho e à soja
Por serem insumos nobres, milho e soja costumam ter preços elevados. É possível substituir por alimentos mais acessíveis, de acordo com a região. Um exemplo citado é o feno de feijão, usado em algumas propriedades no Tocantins. A dica é: explore alternativas regionais para reduzir custos sem comprometer a qualidade nutricional.
Monitoramento e observação contínuos
A nutrição deve ser ajustada conforme o comportamento e o desempenho dos animais. A observação atenta do rebanho permite detectar:
- Perda de peso ou apetite
- Sinais na pelagem e na movimentação
- Aumento na busca por alimento
Além disso, a pesagem regular é essencial para avaliar o sucesso das estratégias adotadas.
Equilíbrio nutricional por categoria animal
Cada fase da vida do gado tem exigências distintas. Por exemplo:
- Vacas paridas exigem mais energia
- Bezerros precisam de mais proteína
- Animais em engorda demandam mais energia e menos proteína
Fornecer alimento de forma equilibrada evita desperdício e melhora o desempenho do rebanho. Os bovinos são seletivos e se autorregulam quando a dieta é bem planejada.
Quer saber mais? Acompanhe a entrevista completa com a especialista Ana Virgínia no programa A Protagonista, com apresentação de Jaque Silva, e veja dicas práticas para enfrentar a seca na pecuária com planejamento e eficiência.
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