A cantora Preta Gil foi homenageada por Roberta Saretta, médica que a acompanhou desde o diagnóstico do câncer. Nesta sexta-feira (8), dia em que completaria 51 anos, em entrevista ao jornal O Globo, a coordenadora da equipe do cardiologista Roberto Kalil no Hospital Sírio-Libanês revelou detalhes emocionantes dos dois anos e meio de luta da artista contra a doença.
Segundo Saretta, a maior vontade de Preta nos últimos dias era retornar ao Brasil, mas seu estado de saúde não permitia a longa viagem. A cantora chegou a ser levada de ambulância até o aeroporto, mas passou mal durante o trajeto e foi encaminhada a um hospital próximo, onde faleceu pouco depois.
Laços com a família Gil
A relação da médica com a família começou em 2016, quando Gilberto Gil esteve internado. O contato com Preta se tornou mais próximo em janeiro de 2023, quando a cantora foi diagnosticada após um sangramento intestinal.
Na época, a médica precisou “armar uma arapuca” para que ela fizesse exames no Sírio-Libanês, com apoio da família.
Busca por tratamento e esperança
Preta não aceitava viver apenas mais alguns meses — queria sobreviver. Por isso, buscou tratamentos experimentais fora do Brasil, apesar das dificuldades de acesso. “A possibilidade do tratamento experimental a iluminou”, disse Saretta, que a acompanhou também nos Estados Unidos.
Mesmo enfrentando negativas e barreiras, a artista manteve o espírito alegre. O quarto hospitalar estava sempre cheio de amigos e, segundo a médica, ela reclamou apenas uma vez, de forma bem-humorada, sobre um profissional que insistia em tocar em seus pés.
O dia mais difícil
Em março, um exame mostrou que o câncer havia se espalhado para o fígado e pulmões. Pela primeira vez, Preta pediu para ficar a sós com a médica. Ao ouvir o prognóstico de seis a oito meses de vida, quis saber se havia algo a fazer para prolongar esse tempo.
Nos últimos dias, as duas compartilharam momentos de afeto e simplicidade, comendo hambúrguer e tomando Coca-Cola com açúcar. “Preta lutou pela vida com muito amor até os últimos minutos antes de morrer”, resumiu Saretta.
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