As autoridades sírias afirmaram ter enviado tropas para restaurar a ordem, mas testemunhas, fações drusas e o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) acusaram estes agentes de apoiar os beduínos e de cometer abusos contra os drusos, incluindo execuções sumárias.
Vídeos que circulam nas redes sociais parecem mostrar civis a serem mortos por homens armados envergando uniformes militares ou de segurança interna.
Hoje, um meio de comunicação local, Suwayda 24, transmitiu especificamente o que descreveu como imagens de vigilância registadas no principal hospital da cidade da província de Sweida a 16 de julho passado.
As imagens mostram um grupo de pessoas, aparentemente funcionários do hospital, agachadas no chão de um corredor. Vários homens armados estão à sua frente, a maioria em uniforme militar e um em uniforme do Ministério do Interior sírio.
Uma breve altercação inicia-se com um homem que o Suwayda 24 identificou como “um dos voluntários da equipe médica”, tendo as alegadas forças estatais então atingido o homem a tiro e arrastando o corpo, deixando um rasto de sangue.
Um médico do hospital, falando sob condição de anonimato, confirmou à agência francesa AFP que o vídeo foi gravado dentro do hospital.
O OSDH também divulgou a filmagem, considerando-a uma “execução sumária chocante” realizada por “membros dos Ministérios da Defesa e do Interior”.
O grupo pediu responsabilização e “uma comissão internacional de inquérito independente e imparcial” sobre a violência em Sweida.
A violência começou em 13 de julho entre tribos drusas e beduínas e intensificou-se nos dias seguintes com a intervenção de forças externas – incluindo soldados enviados por Damasco -, resultando em cerca de 1.400 mortos, incluindo muitos civis drusos.
Os drusos são uma comunidade étnica e religiosa de língua árabe, com uma fé distinta com origem numa ramificação do islamismo xiita.
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