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NATO diz que EUA participarão nas garantias de segurança para Kyiv

O responsável neerlandês, ressaltou, porém, que na reunião esta segunda-feira na Casa Branca não foi acordado o envio de tropas para o terreno nem foi concretizado o papel dos Estados Unidos.

 

Após o encontro do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o homólogo ucraniano, Volodímir Zelensky, em Washington, Rutte declarou em entrevista com o canal de televisão Fox News que a Administração norte-americana “quer estar envolvida” num esforço internacional para garantir a segurança da Ucrânia, liderado pelo Reino Unido e pela França e que inclui nações como o Japão e a Austrália.

Isso não contempla a adesão da Ucrânia à NATO, mas sim “garantias de segurança do tipo do Artigo 5.º”, a regra que estipula que uma agressão armada contra um membro da organização atlântica é um ataque contra todos os seus membros, esclareceu Rutte.

“O que os Estados Unidos disseram agora é que querem estar envolvidos nisto. O que significará exatamente essa participação? Isso será discutido nos próximos dias», disse o líder da Aliança Atlântica.

O responsável garantiu que na reunião de Trump com Zelensky e outros líderes europeus “não se discutiu, de forma alguma”, o envio de tropas para a Ucrânia para defender o país da Rússia.

“Então, isso fará parte das discussões, que agora começarão. Vamos tentar levá-las a uma nova fase de entendimento nos próximos dias e semanas”, disse.

O líder da NATO lembrou que o Presidente norte-americano já concordou em enviar armas para a Ucrânia, pagas pelos países europeus, embora líderes como o Presidente francês, Emmanuel Macron, tenham falado posteriormente sobre uma missão de manutenção da paz.

Rutte destacou a liderança de Trump, que anunciou já ter começado a “organizar” uma reunião entre seu homólogo russo, Vladimir Putin, e Zelensky, e confirmou terem sido abordadas “as garantias de segurança para a Ucrânia, que seriam fornecidas por vários países europeus, em coordenação com os Estados Unidos”.

Um dos países mencionados expressamente por Rutte, o Japão, fez saber, pelo voz do seu primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, que irá considerar qual o papel que irá desempenhar na prestação de garantias de segurança à Ucrânia dentro das limitações legais impostas pela Constituição do país.

“Desempenhamos o nosso papel de forma adequada, tendo em conta o que podemos e devemos fazer dentro do nosso quadro legal e das nossas capacidades”, afirmou Ishiba em declarações à imprensa.

“Neste momento, não podemos dizer especificamente o que vamos fazer”, acrescentou.

A atual Constituição japonesa, que entrou em vigor em 1947 durante o período de ocupação norte-americana após a Segunda Guerra Mundial, só permite o uso da força em defesa própria, o que limita as ações do país no exterior.

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