O papilomavírus humano (HPV) é uma das infecções sexualmente transmissíveis mais comuns em todo o mundo. Estima-se que quase todas as pessoas sexualmente ativas entrem em contato com o vírus meses ou anos após o início da vida sexual. Na maioria das vezes, o sistema imunológico elimina a infecção, mas em alguns casos o HPV de alto risco permanece e pode causar alterações celulares capazes de evoluir para câncer. Globalmente, ele é responsável por 5% dos casos da doença.
No Brasil, o câncer de colo de útero é o principal associado ao vírus e ocupa a terceira posição entre os tumores mais comuns nas mulheres, sem considerar os de pele não melanoma. As outras neoplasias provocadas pelo HPV ficam nas regiões da orofaringe, do ânus e dos órgãos genitais.
Especialistas acreditam que o vírus esteja por trás do aumento dos casos de câncer de cabeça e pescoço no país. “Por anos, o tabagismo foi considerado o principal fator de risco para os tumores nesta região. O Ministério da Saúde revela que esse hábito tem caído no país, enquanto os casos de câncer de orofaringe vêm crescendo, em especial nos jovens”, afirma o oncologista Eduardo Paulino, da Oncologia D’Or.
A seguir, Eduardo Paulino explica sobre os riscos e as formas de prevenção contra o HPV. Confira!
Formas de transmissão do HPV
A transmissão do HPV ocorre principalmente por via sexual, não necessariamente com penetração. O vírus pode ser transmitido pelo sexo oral ou pelo contato direto pele a pele — ou mucosa — com uma pessoa infectada.

Perigos dos subtipos de vírus
O HPV é um grupo formado por mais de 200 subtipos de vírus. Parte deles é transmitida por contato sexual e dividida entre baixo e alto risco para o câncer. Dos 14 subtipos de alto risco, dois deles — 16 e 18 — respondem por 70% dos tumores associados ao HPV. Os vírus de baixo risco não provocam câncer, mas podem causar verrugas nos órgãos genitais, no ânus, na boca e na garganta.
Vacinação contra o HPV
A melhor forma de prevenção é a vacinação, que deve ser feita preferencialmente antes do início da atividade sexual ou da possibilidade de contrair o vírus. O uso de preservativos não elimina totalmente a chance de transmissão.
A vacina é oferecida na rede pública para meninos e meninas entre 9 e 14 anos, além de homens e mulheres até 46 anos que convivem com o HIV, realizaram transplantes ou estão em tratamento contra o câncer. Nas clínicas particulares, está disponível para pessoas de 9 a 45 anos, a critério médico.
Por Nora Ferreira