“A Polónia tem prestado um apoio significativo à Ucrânia no setor da defesa” dentro da União Europeia e da NATO”, afirmou Zelensky numa conferência de imprensa em Kyiv com o Presidente polaco cessante, Andrzej Duda.
Para Kyiv, é “extremamente importante” preservar a natureza destas relações e manter este apoio num “diálogo respeitoso”, disse o Presidente ucraniano aos jornalistas, indicando que fará tudo para fortalecer as relações com Varsóvia.
O futuro Presidente, Karol Nawrocki, um nacionalista ultraconservador eleito à tangente no início de junho, alegou na campanha que quer reduzir a ajuda aos refugiados ucranianos.
A Polónia acolheu mais de um milhão de refugiados da Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, mas o sentimento antiucraniano cresceu gradualmente no seio de um segmento da sociedade altamente dividida, uma tendência que se intensificou durante a campanha eleitoral.
No entanto, à semelhança do partido que o apoia, os conservadores nacionalista da Lei e Justiça (PiS), principal força de oposição, o futuro Presidente não questiona o apoio de Varsóvia a Kyiv face à invasão da Rússia, que considera um país cruel.
Karol Nawrocki, que foi apoiado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também criticou repetidamente os planos de adesão da Ucrânia à União Europeia e à NATO e acusou ainda Volodymyr Zelensky de ser ingrato e insolente.
A sua tomada de posse oficial está prevista para 06 de agosto.
O futuro chefe de Estado liderou anteriormente o Instituto de Memória Nacional da Polónia e há muito que pressiona a Ucrânia para permitir a exumação de milhares de polacos mortos nos massacres de Volhynia entre 1942 e 1944, um antigo ponto de tensão entre Varsóvia e Kyiv.
Em Kyiv, o Presidente polaco cessante, Andrzej Duda, igualmente apoiado pelo PiS embora use um discurso mais moderado do que o seu sucessor, disse hoje estar convencido de que Karol Nawrocki “estabelecerá as melhores relações possíveis” entre os dois países vizinhos, apesar das críticas anteriores deste último à Ucrânia.
“Por detrás do gabinete do Presidente, o mundo parece um pouco diferente daquele que vemos (…) a partir da posição de candidato”, observou Duda nesta sua visita a Kyiv, sugerindo uma possível mudança no tom de Nawrocki em relação aos líderes ucranianos e aos refugiados quando assumir o poder.
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