A Justiça do Rio de Janeiro decidiu que Susane Martins da Silva, acusada de matar Lindaci Viegas Batista de Carvalho com bombons envenenados, será julgada por um júri popular. A decisão é do juiz Guilherme Schiling, da 1ª Vara Criminal da Capital, que também determinou que a ré continue presa, por considerar o crime de “extrema gravidade”.
Susane responde por homicídio triplamente qualificado — por motivo fútil, uso de veneno e impossibilidade de defesa da vítima. A defesa informou que vai recorrer da decisão.
A data do julgamento ainda não foi marcada.
Relembre o caso
O crime aconteceu em 20 de maio de 2023, dia em que Lindaci completava 54 anos. Segundo a investigação, Susane teria mandado uma caixa de bombons envenenados e um buquê de flores para a vítima, motivada por ciúmes do ex-namorado, Mário Sérgio Grativol, com quem ambas tiveram relacionamentos em momentos distintos.
De acordo com a polícia, Susane desconfiava que Lindaci e Mário mantinham um caso, embora isso não tenha sido confirmado.
Para executar o plano, ela teria pedido ao filho adolescente que contratasse um mototaxista para fazer a entrega.
Lindaci recebeu o presente em Vila Isabel, Zona Norte do Rio, e levou os bombons a um salão de beleza. Lá, chegou a comentar com amigos que estava desconfiada da origem do presente.
Após uma ligação do ex-marido, que disse ter enviado os chocolates — o que depois foi desmentido —, ela se sentiu segura e comeu um dos bombons.
Pouco depois, Lindaci passou mal na rua e foi socorrida por policiais militares, mas chegou morta ao Hospital do Andaraí. Um laudo informal do Instituto Médico-Legal apontou a presença de uma substância ainda mais tóxica que o chumbinho no corpo da vítima.
O que se sabe sobre o caso dos bombons envenenados que mataram uma mulher no Rio
A polícia chegou até Susane após o motoboy responsável pela entrega, Lucas David, procurar a delegacia. Ele afirmou que não sabia do conteúdo da encomenda e que decidiu colaborar com a investigação ao saber da morte.
Na casa de Susane, os investigadores encontraram embalagens de veneno e uma pistola 9 mm. Ao ser presa, ela chorou, deu versões contraditórias e chegou a dizer que foi obrigada a cometer o crime, mas não negou a autoria.