O governo federal finalizou um plano de contingência para apoiar empresas brasileiras que poderão ser impactadas pelo aumento tarifário imposto pelos EUA, previsto para entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º).
Para o economista Silvio Campos Neto, é fundamental que tanto o governo federal quanto os governos estaduais adotem medidas para mitigar os efeitos do tarifaço. No entanto, ele ressalta que essas ações têm impacto limitado e de curta duração.
“É importante que os governos tenham planos de contingência para, ao menos, reduzir temporariamente os efeitos da tarifa. Mas, seja qual for a medida adotada, ela será paliativa. Estamos falando de um mercado extremamente relevante e, para alguns setores, insubstituível, seja pelo mercado interno ou por outros países. A solução efetiva, se vier, será por meio de negociações capazes de reverter esse cenário”, afirmou.
Veja em primeira mão tudo sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no Google News!
Campos Neto também destacou que a capacidade do governo brasileiro de oferecer ajuda financeira a setores afetados é limitada, devido à fragilidade fiscal do país.
” A situação fiscal do Brasil é muito delicada. Não há espaço no orçamento para medidas que exijam grandes volumes de recursos. Em casos pontuais e extraordinários, até é possível recorrer a créditos especiais para atender demandas emergenciais. Mas não há margem para gastos com subsídios ou qualquer tipo de apoio mais duradouro e abrangente”, explicou o economista.
Busca por novos mercados
Uma das alternativas estudadas pelo setor produtivo diante da taxação imposta pelos EUA é a diversificação de mercados. No entanto, segundo Campos Neto, essa tarefa é complexa, especialmente em setores com alta dependência do mercado norte-americano.
“Alguns segmentos, especialmente os ligados à indústria e ao agronegócio, já devem estar em busca de novos mercados, o que é positivo. Diversificar a demanda reduz a exposição a choques como esse. Mas sabemos que isso não é simples. Para produtos como suco de laranja e café, por exemplo, os EUA são o principal comprador. Redirecionar essas exportações para outros países ou absorvê-las no mercado interno será uma tarefa difícil”.
Segundo o economista, no curto prazo, setores exportadores podem enfrentar queda de preços e terão de fazer ajustes na produção caso a taxação se concretize e não haja solução negociada.
O post Ajuda do governo federal aos setores impactados por tarifaço deve ser limitada e durar pouco apareceu primeiro em Canal Rural.