Davi Alcolumbre (União-AP) reassume o comando do Senado sem surpresas: em vez de atuar com independência, já deixou claro que seguirá a cartilha do governo. Ao descartar qualquer discussão sobre a anistia dos condenados do 8 de Janeiro, reforça a perseguição política imposta a cidadãos que ousaram se manifestar contra o sistema. Sua justificativa? Evitar “temas político-eleitorais e ideológicos” – uma desculpa conveniente para manter a censura seletiva e impedir o debate de pautas que incomodam os poderosos.
Autodeclarado “moderador”, Alcolumbre age como um mero operador do establishment, garantindo que o Senado continue refém de interesses obscuros. Negou ter tratado do tema com Jair Bolsonaro (PL), mas seu discurso esvaziado revela que a prioridade é evitar qualquer embate que possa desagradar o Planalto. Ao falar em pacificação, omite que a única concórdia que busca é entre aqueles que se beneficiam da atual estrutura de poder, enquanto a população segue desassistida.
Eleito sem adversários de peso, o novo presidente do Senado venceu por pura falta de resistência, evidenciando a fragilidade da oposição dentro da Casa. Seu mandato, ao que tudo indica, será mais um período de submissão, onde decisões fundamentais serão filtradas para atender aos interesses de quem deseja manter o controle absoluto sobre o país. O discurso de equilíbrio é só um verniz para encobrir o real objetivo: garantir que nada mude.