Nesta segunda-feira (23), os preços do petróleo despencaram mais de 12% nos mercados internacionais, em resposta a dois fatores-chave: a resposta calculada do Irã aos bombardeios norte-americanos e o anúncio do presidente Donald Trump de que “os Estados Unidos não têm interesse em uma guerra prolongada no Oriente Médio e estão abertos a um cessar-fogo imediato”.
O movimento de queda foi impulsionado pela percepção de que o risco geopolítico extremo, que vinha pressionando o mercado nas últimas semanas, começou a ceder. Embora o Irã tenha retaliado com mísseis contra bases militares americanas no Catar e no Iraque, não houve danos a infraestruturas críticas nem ao tráfego no Estreito de Ormuz — por onde transitam cerca de 20% do petróleo global.
A declaração de Trump reforçou a leitura de que os ataques iranianos foram simbólicos, com alvos militares escolhidos para evitar perdas humanas em grande escala e, principalmente, preservar os canais de exportação de petróleo.
“Este é um momento para a diplomacia. Mostramos força, mas não queremos uma nova guerra”, declarou o presidente norte-americano em pronunciamento no fim da tarde.
Com isso, investidores passaram a ajustar rapidamente suas posições, devolvendo os prêmios de risco que haviam inflado os preços da commodity nas últimas semanas.
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Impacto no mercado
- Brent: queda de mais de 9%, fechando abaixo de US$ 69 o barril.
- WTI: recuo semelhante, com contratos futuros operando no menor patamar desde abril.
- Mercados acionários: leve alta nas bolsas globais, puxada pelos setores industriais e de transporte.
Allívio para o agro brasileiro, o recado é claro
A queda nos preços do petróleo pode ter reflexos positivos de curto prazo para o setor agropecuário brasileiro, principalmente na redução de custos com frete e combustíveis. No entanto, especialistas alertam que a instabilidade geopolítica permanece como um risco estrutural.
O Brasil, altamente dependente de fertilizantes e combustíveis importados, deve permanecer atento a qualquer nova mudança na rota diplomática entre Washington e Teerã.

*Miguel Daoud é comentarista de Economia e Política do Canal Rural
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