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Ataque no Crocus City Hall? Investigação russa alega envolvimento de Kyiv

As alegações baseiam-se em depoimentos de dois dos suspeitos capturados após os ataques, apesar de Kiev ter repetidamente declarado que não tinha relação com os acontecimentos e não terem sido divulgadas outras provas que indicassem o seu envolvimento.

 

Uma fação do grupo Estado Islâmico assumiu na altura a responsabilidade pelo massacre, ocorrido quando homens armados dispararam sobre o público que aguardava por um concerto de uma popular banda de rock e depois incendiaram o edifício.

Um dos acusados alegou ter ouvido conversas de que a iniciativa do atentado partiu de uma agência estatal ucraniana e que, após o ataque, os participantes deveriam dirigir-se para a fronteira com a Ucrânia e depois chegar a Kiev, onde seriam pagos.

Outro testemunho sugere que o braço afegão do Estado Islâmico preparou as ações sob as ordens da estrutura estatal ucraniana, para que fosse construída uma narrativa com vista a responsabilizar a organização terrorista.

O advogado Igor Trunov, que representa 95 vítimas, confirmou à TASS a autenticidade dos documentos judiciais a que teve acesso.

Os terroristas, que permaneceram na sala de concertos durante 18 minutos, fugiram do local de carro e foram detidos pelas autoridades no dia seguinte, na região fronteiriça de Briansk.

As autoridades russas já tinham referido em março que o ataque foi planeado e organizado pelos “serviços especiais de um Estado hostil”, sem o identificar.

O objetivo, de acordo com uma declaração da representante do comité de investigação ao atentado, era “desestabilizar a situação na Rússia”.

Os quatro homens, todos identificados pelos meios de comunicação social como cidadãos do Tajiquistão, compareceram num tribunal de Moscovo no final de março do ano passado sob acusações de terrorismo e apresentavam sinais de espancamentos severos.

Um deles parecia estar quase inconsciente durante a audiência, de acordo com a descrição da agência Associated Press (AP).

A Rússia tem acusado igualmente a Ucrânia de terrorismo pelas suas operações militares em solo russo, no âmbito da resposta de Kiev à invasão das forças de Moscovo, iniciada em fevereiro de 2022.

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