“Partimos do princípio de que o Governo israelita está totalmente disposto a reconhecer que agora é preciso agir”, afirmou Friedrich Merz, durante uma conferência de imprensa em Berlim com o Rei Abdullah II da Jordânia.
A eventual deslocação dos chefes da diplomacia dos três países europeus poderá ocorrer “na quinta-feira da próxima semana”, indicou ainda o chanceler alemão.
Na segunda-feira, o chefe do Governo alemão – um dos mais leais apoiantes de Israel na guerra contra o movimento islamita Hamas – já tinha dito que o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, deveria viajar para a região na quinta-feira para avançar com as negociações sobre um cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
Em relação à “ponte aérea humanitária” para Gaza, anunciada por Berlim na segunda-feira, Merz explicou que dois aviões de transporte militar estavam a caminho da Jordânia.
As duas aeronaves A400M “serão equipadas e reabastecidas” na Jordânia “para que possam cumprir as suas missões a partir do fim de semana, no máximo, ou mesmo amanhã”, acrescentou Merz.
O Rei Abdullah II acrescentou que, embora estivesse grato pelas iniciativas de lançamentos aéreos, estas eram apenas uma “gota no oceano” e pediu que mais camiões com ajuda humanitária entrassem em Gaza.
A França também vai realizar lançamentos aéreos de ajuda a Gaza nos próximos dias, de acordo com uma fonte diplomática francesa.
Cerca de 2,4 milhões de palestinianos estão sitiados em Gaza por Israel desde o início da guerra desencadeada por um ataque do movimento islamista palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 em solo israelita, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 60 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 140 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças.
Hoje, um organismo internacional de monitorização da fome apoiado pela ONU disse que “o pior cenário de fome está em curso em Gaza”.
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