O comboio transporta “aproximadamente 1.300 toneladas de ajuda humanitária, divididas em aproximadamente 440 toneladas de alimentos diversos, aproximadamente 450 toneladas de farinha, aproximadamente 150 toneladas de material médico e 200 toneladas de material de higiene pessoal”, sublinhou o Crescente Vermelho em um comunicado, sem especificar quantos camiões compõem a comitiva.
A ajuda humanitária passará primeiro pela passagem de Kerem Shalom, em território israelita, e será descarregada para as autoridades de Israel a inspecionarem e decidirem sobre a sua entrada no enclave palestiniano.
Esta entrega está inserida nas chamadas “pausas táticas” de Israel nas suas operações militares contra o Hamas, com o objetivo de facilitar a entrega de ajuda humanitária em determinadas horas e pontos do enclave, apesar do bloqueio da entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza nos últimos meses.
Este novo comboio chega um dia depois de o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, ter pedido ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, que “faça todos os esforços” para colocar um fim à guerra na Faixa de Gaza e permitir o acesso irrestrito à ajuda humanitária.
Desde o início da guerra, em 07 de outubro de 2023, o Egito, o Qatar e os Estados Unidos participam como mediadores para o fim do conflito, assim como procuram viabilizar o envio de ajuda humanitária e a libertação de reféns mantidos pelo grupo islamita palestiniano Hamas.
O Crescente Vermelho afirmou que a população de Gaza precisa de, pelo menos, “entre 600 e 700 camiões de ajuda” diariamente.
O bloqueio israelita à ajuda humanitária, que dura há meses, atraiu duras críticas da população e do Hamas, que acusou o Governo egípcio de já não exercer pressão para entregar ajuda a Gaza, embora o lado palestiniano de Rafah seja controlado por Israel e nada possa entrar sem a permissão israelita.
As mortes por fome relatadas pelas autoridades controladas pelo Hamas dispararam nas últimas semanas em Gaza, após o encerramento quase total dos acessos imposto por Israel em março, o que impediu a entrada de alimentos, medicamentos e combustível e agravou drasticamente a crise nutricional no enclave.
A única organização que vinha distribuindo ajuda alimentar aos palestinianos nos últimos meses era a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), um organismo privado e que é apoiado por Israel e pelos Estados Unidos.
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