Em comunicado, o secretário de Estado canadiano para o Desenvolvimento Internacional, Randeep Sarai, alertou ainda que a ofensiva contra a Cidade de Gaza anunciada por Israel “agravaria ainda mais os efeitos devastadores sobre a população civil, quando já existem condições de fome”.
“O conflito em curso e as ações militares do governo israelita tornaram a fome uma realidade devastadora para os palestinianos em Gaza”, afirmou Sarai.
O governante canadiano indicou ainda que “esta fome pode ser travada”, mas que Israel se recusa a permitir e a facilitar “a passagem de ajuda humanitária e não garante o fornecimento adequado de alimentos e medicamentos à população civil em Gaza”.
“Estão a morrer civis (homens, mulheres e crianças) porque não está a ser permitida a entrada de ajuda humanitária suficiente em Gaza”, disse.
O representante canadiano concluiu que é necessário “um cessar-fogo imediato e permanente” e que Otava está a “explorar com os seus parceiros todas as vias”, incluindo o lançamento aéreo de ajuda humanitária.
Os chefes da diplomacia dos 57 países-membros da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) afirmaram hoje que Israel deve ser responsabilizado pelo direito internacional por “crimes de guerra e genocídio” na Faixa de Gaza.
Os países apresentaram uma resolução, em que exigem responsabilização e ação penal ao abrigo do direito internacional, numa reunião extraordinária realizada na cidade saudita de Jeddah, numa sessão em que o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, considerou “insuficiente” a “mera solidariedade com os palestinianos”.
Os diplomatas instaram o Conselho de Segurança da ONU a realizar uma sessão especial sobre a “agressão israelita contra o povo palestiniano” durante as reuniões da Assembleia Geral da ONU em setembro e mandataram as delegações dos Estados membros do Conselho para coordenar com o Estado da Palestina esta questão.
Exigiram ainda que Israel “assuma toda a responsabilidade pelos crimes de genocídio, pela catástrofe humanitária sem precedentes e pela fome que assola” o enclave palestiniano, apoiando simultaneamente os esforços do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos para conseguir um cessar-fogo.
Condenaram também a “intransigência contínua” de Israel e a “recusa em responder às tentativas dos mediadores para chegar a um cessar-fogo”.
O Hamas aceitou a última proposta dos mediadores, um plano que estipula uma pausa de 60 dias durante a qual o movimento libertar 10 reféns vivos e 18 cadáveres israelitas em troca de um certo número de prisioneiros palestinianos, entre outros pontos.
Durante esse período, o Hamas suspenderá as atividades militares e Israel retirará as tropas da Faixa de Gaza para permitir a entrada e a distribuição de ajuda aos civis, enquanto se negoceia um acordo global para pôr fim à guerra.
Israel tem em curso uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde que sofreu um ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
De acordo com dados divulgados pelas autoridades do enclave palestiniano, a ofensiva lançada por Israel em Gaza já fez cerca de 62.700 mortos.
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