Cerca de 20 mil migrantes atravessaram o Canal da Mancha desde 1 de janeiro, um número recorde para o primeiro semestre do ano, de acordo com os dados publicados hoje pelo Governo britânico.
Na segunda-feira, chegaram ao Reino Unido 879 migrantes depois de terem atravessado o Canal da Mancha (que liga França ao Reino Unido) de forma ilegal em pequenas e precárias embarcações, elevando o número total de chegadas em seis meses para 19.982.
Isto representa um aumento de 48% em relação a 2024 (13.489 travessias), 75% em relação a 2023 (11.433) e um recorde desde que o número de travessias começou a ser registado em 2018.
O Governo britânico liderado pelo trabalhista Keir Starmer, tal como os seus antecessores conservadores, prometeu combater a imigração ilegal, mas a falta de resultados está a alimentar a ascensão dos populistas de direita do Partido Reformista.
O parlamento está atualmente a debater uma proposta de lei sobre o controlo das fronteiras, que deverá, entre outras coisas, dar à polícia mais poderes para fazer frente às redes de tráfico de pessoas.
O Governo britânico tem vindo a aumentar a pressão sobre as autoridades francesas para travar as travessias perigosas, que em 2024 resultaram na morte de um número recorde de 78 migrantes.
Em fevereiro, o Reino Unido e a França prorrogaram por um ano, até 2027, o Tratado de Sandhurst, o quadro jurídico ao abrigo do qual Londres financia parte das medidas tomadas pelo lado francês para proteger a fronteira.
Paris comprometeu-se a aumentar o número de interceção de embarcações clandestinas e a reduzir “significativamente” o número de travessias.
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