A derrubada do decreto que aumentava o IOF, aprovada por ampla maioria na Câmara e confirmada pelo Senado, marcou uma ruptura entre o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
A medida, vista por líderes governistas como estratégica para manter programas sociais, foi rejeitada sem aviso prévio ao Executivo, o que gerou reação imediata do PT e levou o governo a acusar uma articulação política para dificultar a gestão do presidente.
A decisão reacendeu tensões entre os poderes. Segundo interlocutores, Hugo Motta e Davi Alcolumbre expressaram insatisfações com o governo antes da votação, mas não indicaram que colocariam o tema em pauta.
O PT considera que a manobra representa quebra de acordo e avalia judicializar a questão, argumentando que o reajuste do IOF seria prerrogativa exclusiva do Executivo, e não passível de anulação por decreto legislativo.
Enquanto isso, parlamentares afirmam que a decisão segue o interesse público e foi motivada por preocupações econômicas. A última vez que um decreto presidencial foi integralmente derrubado pelo Congresso foi em 1988.
Com o impasse, o governo deve intensificar campanhas em favor de propostas como taxação de grandes fortunas e maior tributação sobre apostas, além de buscar recompor a base de apoio no Legislativo.