“Dada a situação internacional extremamente difícil, é necessário que aumentemos o nosso orçamento de defesa em certa medida e reforcemos as nossas capacidades de defesa”, afirmou o ministro sul-coreano dos Negócios Estrangeiros, Cho Hyun, durante uma sessão na segunda-feira da comissão dos Negócios Estrangeiros e Unificação da Assembleia Nacional em Seul.
O ministro disse ainda que aumentar o orçamento de defesa poderá ser uma oportunidade para reforçar a cooperação com os Estados Unidos e utilizar de forma eficaz áreas como a investigação e o desenvolvimento, contribuindo para o setor da indústria militar, de acordo com declarações recolhidas pelo jornal local, The Korea Herald.
A Administração norte-americana de Donald Trump defendeu por diversas vezes nos últimos meses o aumento dos gastos de Seul com defesa.
A Coreia do Sul elevou os gastos com defesa para 2,32% do PIB este ano, mas vários relatórios indicam que Washington colocou em cima da mesa pedidos desse aumento entre 3,8% e 5%.
É esperado que o tema da cooperação em defesa ocupe parte relevante das conversações na cimeira bilateral agendada para a próxima segunda-feira em Washington entre Trump e o novo presidente sul-coreano, Lee Jae-myung.
Cho Hyun abordou de forma geral o tema da “modernização da aliança”, conceito que inclui não só o alargamento das responsabilidades de Seul face às ameaças norte-coreanas, como também uma maior coordenação tecnológica e económica com Washington.
Para os Estados Unidos, isso implica também que a Coreia do Sul assuma mais custos com a manutenção das tropas norte-americanas estacionadas no país.
Em relação à Coreia do Norte, Cho explicou que Seul está a preparar um roteiro por fases para a desnuclearização norte-coreana. O ministro acrescentou que a estratégia passa pela coordenação com Washington e a incentivação do envolvimento da China e da Rússia.
O regime de Kim Jong-un rejeitou até agora qualquer diálogo com as novas autoridades em Seul e, embora tenha deixado em aberto a possibilidade de interagir com Washington, fê-lo com a condição de eliminar a questão da desnuclearização das negociações.
O líder norte-coreano assegurou hoje que o seu país “vai acelerar rapidamente” a nuclearização do seu arsenal militar, enquanto a sua influente irmã, Kim Yo-jong, salientou há semanas que o Sul continua a ser “o inimigo” de Pyongyang.
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