“Este encontro foi uma oportunidade para reiterarmos os laços de amizade e cooperação entre Moçambique e o reino de Espanha, bem como reafirmarmos a nossa vontade comum de aprofundar as relações bilaterais nos domínios político, económico, cultural e social”, lê-se numa mensagem colocada na página de Facebook do Presidente moçambicano.
Daniel Chapo chegou hoje a Espanha para uma visita de trabalho até quinta-feira, anunciou a Presidência de Moçambique, referindo que o Presidente irá também participar na conferência das Nações Unidas sobre financiamento ao desenvolvimento, que se realiza em Sevilha, naquele país.
Na nota divulgada hoje, Daniel Chapo afirmou ainda que Moçambique valoriza o papel da Espanha como “parceiro estratégico” do país, que continuará a trabalhar para fortalecer a parceria em benefício dos povos dos dois países.
Mais de 60 líderes mundiais e 4.000 representantes da sociedade civil reúnem-se a partir de segunda-feira em Sevilha para relançar a ajuda ao desenvolvimento, que tem atualmente um défice de quatro biliões de dólares anuais, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
O chefe de Estado moçambicano, Daniel Chapo, estará acompanhado por alguns ministros, entre os quais a dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Maria dos Santos Lucas, das Finanças, Carla Loveira, e da Economia, Basílio Muhate.
A 4.ª Conferencia Internacional sobre Financiamento ao Desenvolvimento (FFD4) da ONU decorre de segunda a quinta-feira, dez anos depois da anterior, na Etiópia, em 2015.
O objetivo agora é “renovar o quadro do financiamento global ao desenvolvimento”, num momento de “graves tensões geopolíticas e conflitos” e quando “estão gravemente atrasados” os objetivos acordados pela comunidade internacional na Agenda 2030, lê-se no texto “Compromisso de Sevilha”, a declaração já negociada no seio da ONU que deverá ser formalmente adotada na próxima semana.
Ao longo de 68 páginas, o “Compromisso de Sevilha” enfatiza também que só o reforço do multilateralismo, da cooperação internacional e de instituições como a ONU pode responder à necessidade urgente de erradicação da pobreza e enfrentar os impactos das alterações climáticas, especialmente graves nas regiões do mundo mais pobres.
O documento deverá ser complementado com anúncios unilaterais de diversos países durante a conferência e de ações mais concretas a desenvolver no âmbito da “Plataforma de Sevilha para a ação”, que será apresentada na próxima semana.
A conferência de Sevilha “é uma oportunidade única para reformar o sistema financeiro internacional”, que é hoje obsoleto e disfuncional, disse recentemente o secretário-geral da ONU, António Guterres, acrescentando: “Neste contexto turbulento, não podemos deixar que as nossas ambições se evaporem”.
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