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Defesa? “A forma como investimos é tão importante como o montante”

A presidente da Comissão Europeia salientou hoje que a forma como se investe em Defesa é “tão importante” como o montante, apontando o papel que a União Europeia (UE) pode ter na ligação das indústrias dos países da NATO.

 

“A Europa da Defesa acordou finalmente. Amanhã [quarta-feira], esta cimeira estabelecerá novos objetivos históricos de despesa para os Aliados da NATO. Mas a forma como investimos é tão importante como o montante que investimos”, realçou Ursula von der Leyen, num discurso na cimeira da Aliança Atlântica que decorre hoje e quarta-feira em Haia, nos Países Baixos.

Na sessão de abertura de um fórum sobre indústria de Defesa da NATO, a líder do executivo comunitário apontou que a invasão da Ucrânia pela Rússia “mudou [o conceito tradicional] a guerra” e que, se por um lado, “consumiu mais equipamento do que qualquer outra”, por outro lado, algumas “batalhas foram vencidas ou perdidas devido ao ‘software’, aos sistemas de interferência e à Inteligência Artificial”.

Numa cimeira na qual os aliados se preparam para acordar a meta dos 5% do Produto Interno Bruto (PIB) de investimento em Defesa, Von der Leyen salientou que ao mesmo tempo que se reabastecem reservas, os países têm também de “modernizar sistemas antigos e responder às novas necessidades tecnológicas”.

“Isto é vital para uma dissuasão credível, e a União Europeia tem um papel importante a desempenhar neste domínio. Enquanto a NATO estabelece os padrões e os objetivos de capacidade para os aliados, a nossa União pode ajudar a ligar os pontos entre as diferentes indústrias, entre civis e militares e entre países da NATO e países não pertencentes à NATO”, realçou.

Na reunião de alto nível em Haia, os 32 Estados-membros da Aliança Atlântica, incluindo Portugal, devem acordar em atingir os 5% do PIB em Defesa – 3,5% para gastos diretos com Defesa (Forças Armadas, equipamento e treino) e 1,5% em investimentos de dupla utilização como infraestruturas e indústria.

Além dos 32 países membros da NATO, estão presentes na cimeira países parceiros estratégicos, como a Ucrânia e nações do Indo-Pacífico, bem como representantes de organizações como a União Europeia, Von der Leyen pela Comissão Europeia e o presidente do Conselho Europeu, António Costa.

A par do conflito em curso na Ucrânia, que dura há mais de três anos na sequência da invasão russa, a decisão dos Estados Unidos de bombardear instalações nucleares iranianas durante o fim de semana deverá dominar as discussões na reunião da organização fundada em 1949.

A ação ordenada pelo Presidente Donald Trump ditou o envolvimento direto de Washington, um aliado tradicional de Telavive, no conflito entre Israel e o Irão, iniciado a 13 de junho.

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