Internacional

Deputados israelitas aprovam apelo para anexação total da Cisjordânia

Aprovado por 71 votos contra 13, o texto não tem força de lei, mas pretende afirmar o “direito natural, histórico e legal” de Israel em relação a este território palestiniano.

 

Na votação do apelo, que contou com o apoio de membros da coligação de direita e de extrema-direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, bem como de deputados da oposição, os parlamentares argumentaram que a anexação deste território “vai reforçar o Estado de Israel, a segurança do país e impedir qualquer desafio ao direito fundamental do povo judeu à paz e à segurança na sua pátria”.

“A soberania na Judeia-Samaria [nome pelo qual Israel designa a Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967] é parte integrante da realização do sionismo e da visão nacional do povo judeu, que regressou à sua pátria”, sublinhou o texto.

A Autoridade Palestiniana, que administra partes da Cisjordânia ocupada por Israel, descreveu a votação como “um ataque direto aos direitos do povo palestiniano”, de acordo com Hussein al-Sheikh, secretário-geral da Organização de Libertação da Palestina (OLP).

“Estas ações unilaterais de Israel constituem uma violação flagrante do direito internacional”, acrescentou o representante numa mensagem publicada na rede social X.

Cerca de 500 mil israelitas vivem em colonatos na Cisjordânia, ao lado de três milhões de palestinianos.

Os colonatos judaicos são regularmente denunciados pela ONU como ilegais à luz do direito internacional e encarados como um dos principais obstáculos – juntamente com a violência contínua entre as duas partes – a uma solução de paz duradoura entre israelitas e palestinianos, que envolva a criação de um Estado palestiniano viável com autoridade sobre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.

No início de julho, os ministros do partido Likud, força política do primeiro-ministro israelita, exortaram Benjamin Netanyahu a anexar a Cisjordânia antes do final do mês, aproveitando os “avanços históricos” alcançados contra o Irão e aliados, numa referência ao movimento islamita palestiniano Hamas.

Na altura, vários países do Médio Oriente, como foi caso do Egito e da Jordânia, condenaram o pedido apresentado pelos ministros israelitas.

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