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Dragões azuis ‘invadem’ praias de Alicante e obrigam a proibir banhos

Os banhos estiveram proibidos nas praias de Guardamar del Segura, em Alicante, Espanha, após o aparecimento de exemplares de Glaucus atlanticus, conhecidos como dragões azuis, na praia de Vivers, tal como informou o presidente daquele município, na última semana. 

 

Numa publicação divulgada na rede social Facebook, na quarta-feira, José Luis Sáez alertou para o aparecimento desta espécie de lesmas-do-mar pelágicas e lembrou que, “apesar da sua cor brilhante e chamativa e do seu pequeno tamanho de 4 centímetros”, a população deve manter-se deve manter-se afastada deste animal “devido à sua picada”. 

Desta forma, a Câmara Municipal de Guardamar “implementou um dispositivo preventivo para detetar possíveis exemplares arrastados pelas correntes marítimas”.

“Os serviços municipais estão atentos à evolução da situação e irão informar sobre as diferentes medidas a tomar”, disse o autarca, que explicou que não se deve tocar nestes animais “nem mesmo com luvas”, os socorristas ou as autoridades devem ser avisados no caso de se avistar um exemplar e, em caso de picada, deve ser lavada a zona com água salgada e procurar um posto de socorro ou centro de saúde.

A picada destes “espécimes venenosos” provoca “náuseas, dores e vómitos”. 

Na altura, tinham sido avistados dois exemplares e, entretanto, surgiram outros dragões azuis “cada vez com maior frequência e número”, tal como revelou o presidente de Guardamar del Segura numa nova publicação divulgada no sábado. 

Esta não é a primeira vez que os dragões azuis chamam à atenção em águas espanholas. No passado mês de julho, por exemplo, foi avistado um destes animais na praia Racó de Mar, em Canet d’en Berenguer, em Valência, já depois de vários exemplares obrigarem a proibir as idas a banhos nas Canárias. 

De acordo com a Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, o dragão azul, uma das espécies de invertebrados marinhos “mais fascinantes”, é um predador da caravela-portuguesa (Physalia physalis), espécie altamente venenosa. Consome “a medusa inteira e seleciona e retém as células urticantes desta para se defender quando se sentir em perigo”. 

Este animal vive na coluna de água dos oceanos Atlântico, sobretudo nos Açores, Pacífico e Índico, e flutua de cabeça para baixo, com a parte ventral azul pálida para a superfície e a face dorsal azul-prateada para baixo, graças a uma bolha de ar que engole e retém no estômago. É, contudo, pouco comum no Mediterrâneo. 

Segundo a imprensa espanhola, o seu aparecimento perto da costa está geralmente relacionado com correntes anormais ou condições meteorológicas excecionais, como tempestades de vento.

Apesar das dores intensas do seu contacto com a pele humana, os casos fatias não são comuns. 

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