De acordo com os dados, 19 pessoas morreram neste ataque de Israel ao hospital de Nasser, quatro dos quais jornalistas que trabalhavam para os media internacionais.
São eles: Hossam Al Masri (repórter de imagem da Reuters), Mohamed Salama (repórter de imagem da Al Jazeera), Mariam Abu Dagga (repórter da AP) e Moaz Abu Taha (que, segundo o governo de Gaza, era repórter da estação norte-americana NBC, embora a estação ainda não se tenha pronunciado sobre o assunto).
O local atacado pelo ‘drone’ israelita, o pouso da escada de incêndio no último andar do Hospital Nasser, era frequentemente usado por jornalistas dos media internacionais para filmagens e transmissões ao vivo devido à vista de Khan Yunis a leste e às boas conexões de energia e Internet.
O exército israelita lamentou hoje “qualquer dano a pessoas não envolvidas” com grupos extremistas palestinianos no duplo ataque ao hospital de Khan Younis.
O ataque desta manhã consistiu em dois impactos aéreos, o primeiro dos quais matou o câmara de imagem da Reuters, que trabalhava na escada. Colegas jornalistas e socorristas correram para socorrê-lo quando foram atingidos por um segundo impacto.
Num comunicado sobre o ataque, a Reuters confirmou que Hossam Al Masri morreu no primeiro ataque contra o hospital, enquanto o fotógrafo Hatem Khales, também seu colaborador, ficou ferido no segundo.
A agência britânica acrescentou que Al Masri estava encarregado da gravação ao vivo do hospital e observou que a transmissão do vídeo foi interrompida pelo ataque inicial de ‘drones’ israelitas.
A Al Jazeera também confirmou a morte de Mohamed Salama, enquanto a agência de notícias norte-americana AP expressou consternação e tristeza com a morte de Mariam Dagga, que visitava o hospital regularmente para as suas coberturas.
A AP destaca, entre os trabalhos mais recentes de Dagga, reportagens sobre crianças famintas e desnutridas em Gaza.
“Estamos a fazer todo o possível para manter os nossos jornalistas seguros em Gaza, enquanto eles continuam a fornecer informações cruciais em primeira mão em condições difíceis e perigosas”, acrescentou a AP.
De acordo com o governo de Gaza, 244 jornalistas e ‘influencers’ foram mortos em Gaza desde o início da ofensiva israelita em outubro de 2023, um número que o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ, em inglês) estima em 192 repórteres.
Esta organização americana afirma que a ofensiva israelita na Faixa de Gaza tornou-se numa das guerras mais mortais para jornalistas em décadas, desde seu início em outubro de 2023.
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