Dois empreendimentos situados na cidade de Porto de Pedras, litoral norte de Alagoas, foram autuados pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) após a constatação de lançamento de efluentes sanitários no mangue que fica próximo ao Rio Tatuamunha, conhecido como berçário natural dos peixes-bois-marinhos.
Na inspeção, além do lançamento de efluentes, os fiscais do órgão ambiental constataram a contaminação do solo por combustíveis e lubrificantes, a supressão de vegetação protegida por meio de aterramento de áreas de mangue, resíduos de concreto despejados no solo, o armazenamento irregular de materiais sem contenção ou drenagem adequada e a utilização de cinco poços artesianos, dos quais apenas um possuía outorga.
Diante das infrações, as equipes determinaram o embargo imediato das atividades do empreendimento imobiliário e da usina de concretagem e aplicaram multas que somam R$ 368.015,00.
O órgão destaca o rigor da fiscalização para garantir a preservação de ecossistemas sensíveis, reforçando que a biodiversidade é um compromisso que norteia todas as ações do IMA. Atividades irregulares não podem comprometer áreas como o manguezal e o Rio Tatuamunha, fundamentais para a manutenção da vida silvestre e, em especial, para a proteção do peixe-boi marinho.
ACOMPANHE O ALAGOAS 24 HORAS NO INSTAGRAM
As irregularidades constatadas trouxeram sérios danos ao rio Tatuamunha, um dos berços de conservação do peixe-boi em Alagoas. De acordo com os técnicos que estiveram no local, há indícios de que essas práticas irregulares também tenham contribuído para as recentes mortes registradas desses animais, o que acende um alerta ainda maior sobre a necessidade de fiscalização e cumprimento da legislação ambiental.
A iniciativa atende à solicitação da Associação Peixe-Boi e reforça a investigação das causas das mortes dos animais, a avaliação das possíveis fontes de poluição no Rio Tatuamunha e a adoção de medidas voltadas à proteção dos peixes-boi e à preservação do ecossistema local.