Uma operação do Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), deflagrou, nesta quinta-feira(4), a operação Lignum, cumprindo 15 mandados de busca e apreensão em Maceió. A ação tem como objetivo desarticular uma suposta organização criminosa voltada à prática de fraudes fiscais e lavagem de bens, envolvendo nove pessoas físicas e seis pessoas jurídicas que atuam no comércio de madeiras.
ACOMPANHE O ALAGOAS 24 HORAS NO INSTAGRAM
As investigações do Gaesf apontam que o esquema teria movimentado valores que ultrapassam R$ 6,7 milhões, em prejuízos aos cofres públicos. O grupo investigado atuava por meio da emissão de milhares de notas fiscais ideologicamente falsas, criadas a partir de um grupo econômico que lida com o mercado de madeiras sediado em Alagoas.
Fraudes milionárias e uso de empresas fictícias
A apuração concluiu também que foram criadas seis empresas fictícias, todas registradas em apenas um endereço e controladas pelo mesmo núcleo familiar. O verdadeiro administrador não figurava formalmente como sócio, utilizando familiares e “laranjas” sem capacidade financeira compatível para compor o quadro societário.
Essa pulverização de faturamento no âmbito do Simples Nacional tinha como objetivo manter o regime tributário diferenciado e fraudar o pagamento de tributos devidos. Além disso, documentos fiscais, comprovantes de pagamento e listas de cobrança reforçam a ligação entre as empresas, evidenciando práticas de falsidade ideológica e concorrência desleal.
Impactos econômicos e sociais
De acordo com a coordenação do Gaesf, as condutas investigadas não apenas causaram graves prejuízos à arrecadação tributária do Estado, como também afetaram a concorrência, prejudicando empresas que atuam dentro da legalidade. As investigações contaram com uma metodologia multidisciplinar, envolvendo cruzamento de dados, análise documental e identificação das redes de empresas suspeitas.
A operação cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, sendo nove contra pessoas físicas e seis em desfavor de jurídico, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital – de combate ao crime organizado.