“Já deportaram mais de 100 (diretamente) de lá e também voaram de lá mais 300 ou 400 que já foram deportados ou estão à espera da sua deportação de outros locais nos Estados Unidos”, afirmou Ron DeSantis.
Portanto, “é como um hub”, explicou o governador na conferência de verão da Associação dos Xerifes da Flórida.
O governador destacou que o centro Alligator Alcatraz, construído num aeroporto antes abandonado, entre a zona natural dos Everglades, consolidou-se como um centro de operações aéreas para deportações após o seu anúncio na passada sexta-feira sobre o início destes voos.
As aeronaves, operadas pelo Departamento de Segurança Nacional (DHS, em inglês), podem deportar diretamente os migrantes desde o local ou, se forem “de seis ou sete países diferentes”, transportá-los para outros estados, como a Luisiana, onde os “separam com base no país” de origem para colocá-los em outros voos, descreveu DeSantis.
Embora o mandatário, do Partido Republicano, tenha realçado que isto é ‘responsabilidade do DHS’, argumentou que o aumento do ritmo destes voos com deportações é benéfico para a Florida, porque será um “enorme elemento dissuasor” para a migração irregular.
DeSantis reiterou que “está pronto” para erguer outro centro migratório em Camp Blanding, campo da Guarda Nacional no norte do estado, mas que não o fará até que haja “um ritmo” de deportações a partir do Alligator Alcatraz, onde há uma capacidade atual para 2.000 pessoas, que será aumentada para 4.000.
Além disso, reafirmou que há entre 50.000 e 80.000 migrantes que já têm uma ordem final de deportação na Flórida, estado que, segundo ele, lidera na implementação da política migratória da Administração do presidente Donald Trump.
As suas declarações ocorrem horas depois de se saber que dois juízes federais pediram ao Governo dos Estados Unidos e ao da Florida informações sobre como opera o Alligator Alcatraz, enquanto avançam duas ações distintas contra o centro, uma de defensores dos migrantes e outra de ambientalistas.
Ambas argumentam que as autoridades não esclarecem quem é o principal responsável pelo do centro, pelo que ultrapassam as suas competências ambientais e o tratamento dos migrantes, desculpando-se com a falta de jurisdição, segundo alegam.
Dezenas de ativistas e familiares de migrantes detidos protestaram, na semana passada, em frente ao local, que consideram um “campo de concentração” e uma “jaula para cães”, onde documentaram a detenção de 1.000 pessoas, com pelo menos seis delas a necessitarem de hospitalizações, desde a sua abertura a 3 de julho.
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