Nesta quarta-feira, 27 de agosto, Maceió celebra o dia de sua padroeira, Nossa Senhora dos Prazeres, com uma programação especial promovida pela Igreja Católica. As festividades, que vêm sendo realizadas desde a semana passada, têm como tema deste ano “Maria, Estrela da Esperança” e reúnem fiéis na Catedral Metropolitana, no Centro da cidade.
Durante os últimos dez dias, missas e momentos de adoração marcaram a preparação espiritual para a data, em homenagem à Santa que é símbolo de fé e devoção para milhares de alagoanos.
A programação desta quarta começa logo cedo, às 6h, com uma Missa Festiva. Em seguida, será celebrada uma missa solene conduzida pelo arcebispo emérito de Olinda e Recife, Dom Antônio Fernando Saburido.
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O ponto alto das celebrações acontece à tarde, às 16h, com a tradicional procissão com a imagem de Nossa Senhora dos Prazeres. A concentração será em frente à Catedral Metropolitana de Maceió, de onde os fiéis seguirão em caminhada pelas ruas Imperador, Dr. Pontes de Miranda, Barão de Anadia e Avenida da Paz.
O encerramento da programação religiosa será marcado por uma missa campal no estacionamento do bairro Jaraguá, presidida por Dom Beto Breis, arcebispo de Maceió.
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Nossa Senhora dos Prazeres
Nossa Senhora dos Prazeres é um título dado à Nossa Senhora, também conhecida como Nossa Senhora da Alegria, e remete a sete passagens bíblicas que relatam as sete alegrias de Maria. Elas são contempladas na devoção mariana Coroa Franciscana. São elas:
Anunciação – Remete a passagem bíblica no Evangelho de São Lucas em que o Anjo Gabriel vai até Maria e anuncia que dela será gerado o menino Jesus. “Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e chamarás o seu nome Jesus”. Disse então Maria: “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra.”
Visitação: Assim que é anunciado à Maria sobre a vinda de Jesus Cristo por meio do seu ventre, concebido pelo Espírito Santo, ela se dirige apressadamente à casa de sua prima Isabel, que também estava grávida de João Batista. Ao se encontrarem, João Batista se mexe no ventre de Isabel, que é tomada pelo Espírito Santo. Ela reconhece Jesus como o Messias e Maria como Mãe do Senhor. Maria, então, entoa o cântico do Magnificat para expressar a sua alegria.
Nascimento de Jesus: Essa é a terceira alegria de Maria. Momento em que ela dá a luz o menino Jesus em Belém.
Adoração dos magos: Maria se alegra diante da adoração dos três reis magos ao menino Jesus. Eles saíram do Oriente, guiados por uma estrela, até chegarem em Belém, onde Cristo nasceu, reconhecendo a divindade de Jesus.
Apresentação no templo: remete à passagem bíblica em que, durante uma viagem a Jerusalém para a tradicional páscoa judaica, na volta para casa, Maria e José se perderam de Jesus Cristo, que tinha apenas 12 anos. Maria e José passaram três dias em busca de Jesus, até que o encontraram em um templo, falando entre os mestres, para alegria de Maria.
A Ressurreição de Jesus: Quando Maria vê Jesus ressuscitado após a crucificação.
A Assunção e Coroação de Maria – A Assunção de Maria é um dogma da Igreja Católica, proclamado pelo Papa Pio XII em 1950. Ela significa que Maria, ao cumprir sua passagem pelo mundo terreno foi elevada aos céus. Já a coroação é a exaltação de Maria como Rainha do Céu e da Terra, chancelando a sua vida em graça e santidade.
Devoção à Nossa Senhora dos Prazeres
A devoção à Nossa Senhora dos Prazeres se origina em Portugal, no final do século XVI.
Em Maceió, a fé por Nossa Senhora dos Prazeres está intimamente ligada com a construção religiosa católica em Alagoas.
Segundo o diácono da Arquidiocese de Maceió e historiador Álvaro Queiroz, a devoção por Nossa Senhora dos Prazeres começa em Alagoas no século XVIII, entre 1720 a 1730, momento da fundação do engenho Massayó, antes situado no Centro Histórico, onde hoje é a Catedral Metropolitana.
“A devoção à Nossa Senhora dos Prazeres foi se tornando forte a partir da segunda metade do século XVIII, trazida para cá dos montes Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco”, conta o historiador.
Ele afirma que uma vitória dos portugueses e brasileiros sobre os holandeses naquele período, nas famosas batalhas dos montes Guararapes, foi atribuída à devoção à Nossa Senhora dos Prazeres.
“E lá no alto do Monte dos Guararapes existe uma Igreja dedicada à Nossa Senhora dos Prazeres. Essa devoção desce de lá, do Norte de Pernambuco para o Sul, região de Alagoas, que pertencia ainda à capitania de Pernambuco, na metade do século XVIII”, relata o diácono.
Mas a Igreja Nossa Senhora dos Prazeres, conhecida como Catedral, era uma pequena capela quando foi fundada. A população cresceu, assim como Maceió, então uma vila. Esta se tornou cidade e capital da Província de Alagoas.
Os fiéis de Nossa Senhora dos Prazeres fizeram uma petição à Dom João que, sensível ao apelo dos moradores, encaminhou o pedido. No dia 05 de julho de 1819, por decreto de Dom João VI, foi criada a Paróquia de Nossa Senhora dos Prazeres em Maceió, templo neoclássico, suntuoso e imponente tal como é atualmente, no Centro de Maceió.
A matriz foi inaugurada em 1859, numa solenidade que contou com a presença de Dom Pedro II. Em 13 de fevereiro de 1920, a então Diocese de Alagoas foi elevada ao status de Arquidiocese de Maceió. Assim, a matriz paroquial de Nossa Senhora dos Prazeres passou a ser também Catedral Metropolitana de Maceió.
A imagem de Nossa Senhora dos Prazeres de Maceió é do século XIX e foi uma oferta do Barão de Atalaia. Ela chegou à Catedral em 1859. Desde o dia de sua entronização, ela só veio a ser retirada para ser restaurada, em 2014
Depois de dois anos, a imagem original da padroeira de Maceió, Nossa Senhora dos Prazeres, foi recolocada no altar-mor da Catedral Metropolitana.
