Num comunicado divulgado após uma reunião do Conselho de Ministros, presidida pelo chefe do executivo e príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, o Governo saudita condenou “a persistência da ocupação israelita na prática de crimes de fome, práticas brutais e de genocídio contra o povo irmão palestiniano”.
“Há também a incapacidade persistente da comunidade internacional e do Conselho de Segurança da ONU para travar essas violações, que minam os alicerces da ordem e da legitimidade internacionais, ameaçam a paz e a segurança regionais e mundiais, e prenunciam graves consequências que incentivam práticas de genocídio e deslocação forçada”, alertou também Riade.
Potência política, económica e religiosa influente no Médio Oriente, a Arábia Saudita tem classificado como “genocídio” a guerra israelita em Gaza, onde já morreram mais de 60 mil pessoas, dezenas delas devido à fome — na sua maioria crianças — e centenas enquanto tentavam obter ajuda.
Ainda assim, Riade tem insistido repetidamente que o grupo islamita palestiniano Hamas, ao qual se opõe, liberte todos os reféns israelitas sequestrados após o ataque de 07 de outubro de 2023 em território israelita.
A Arábia Saudita, que patrocinou recentemente, em conjunto com a França, uma reunião na ONU em apoio à solução de dois Estados, recusa normalizar relações com Israel enquanto este não permitir a criação de um Estado palestiniano independente, com capital em Jerusalém Oriental, ocupada pelo Exército israelita em 1967.
O novo comunicado de Riade surge depois de a Liga Árabe, composta por 22 Estados, incluindo a própria Arábia Saudita, ter apelado no domingo à comunidade internacional para que interrompa e proíba a venda de armas a Israel, instaure processos judiciais contra responsáveis israelitas e proteja o povo palestiniano “contra o genocídio, a deslocação e a limpeza étnica” em Gaza.
Leia Também: OMS nega existência de mais ajuda em Gaza apesar das promessas de Israel