Agro

Girolando no Nordeste: raça garante mais leite mesmo no semiárido?

Girolando no Nordeste: raça garante mais leite mesmo no semiárido?

Pecuaristas, a busca por uma pecuária leiteira mais eficiente e adaptada às condições regionais é crucial para o desenvolvimento do setor. E a raça Girolando tem tudo a ver com isso. Assista ao vídeo abaixo e veja as considerações do especialista.

Fábio Mota, de Porto Franco, Maranhão, levantou uma questão pertinente: como a raça girolando tem se comportado no Nordeste e se ela se adapta ao semiárido brasileiro?

Na quarta-feira (23), o zootecnista Guilherme Marquez, especialista em genética de gado de leite e embaixador de conteúdo do Giro do Boi, respondeu a essa dúvida no quadro “Giro do Boi Responde”.

Marquez revelou que a raça girolando não é apenas adaptável, mas já faz muito sucesso na região.

Girolando e a seleção por resistência ao estresse calórico

raça girolando
Foto: Divulgação

Guilherme Marquez explica que a raça girolando é a única raça avaliada geneticamente para o estresse calórico. Essa característica é essencial para regiões quentes como o semiárido. Atualmente, os touros girolando são classificados em duas categorias principais, considerando o desempenho de suas filhas:

  • Robustos: Suas filhas continuam produzindo bem mesmo quando expostas ao estresse calórico, demonstrando alta tolerância ao calor.
  • Sensíveis: Suas filhas sentirão mais o impacto do calor, com uma provável queda na produção de leite.

Essa seleção genética, aliada à composição da raça que já inclui o gir leiteiro (conhecido por sua rusticidade e adaptabilidade), confere ao girolando uma base sólida para enfrentar climas desafiadores.

Genética, ambiente e a produção de leite no Nordeste

Gado leiteiro - vacas - pesquisa
Foto: Divulgação/Girolando

A produção de leite é um dado fenotípico, ou seja, o resultado visível da interação entre a genética do animal (o que está “dentro” dele) e o ambiente em que ele vive.

Não é correto esperar que uma raça produza da mesma forma em todos os lugares, pois o ambiente é um fator decisivo para a expressão do potencial genético.

Para que o girolando expresse seu potencial máximo de produção de leite no Nordeste, o pecuarista deve focar em oferecer duas condições primordiais:

  • Nutrição adequada: Uma alimentação que supra integralmente as necessidades do animal para a alta produção de leite.
  • Conforto ambiental: Condições que minimizem o estresse térmico, permitindo que o animal esteja bem e consiga aproveitar ao máximo a nutrição fornecida.

Com a genética adequada e um ambiente favorável, o girolando consegue expressar sua capacidade em alta quantidade de leite.

Guilherme Marquez é enfático ao afirmar que, sim, a raça girolando é totalmente adaptável para o Nordeste e já é responsável pela maior parte do leite produzido no Maranhão, por exemplo.

Isso a torna uma solução valiosa para impulsionar a pecuária leiteira na região do semiárido brasileiro.

O post Girolando no Nordeste: raça garante mais leite mesmo no semiárido? apareceu primeiro em Canal Rural.

Deixe uma resposta

Acesse para Comentar.

Leia também