Gleisi Hoffmann tentou disfarçar o autoritarismo do governo afirmando que “não está em operação de retaliação” contra deputados da base que assinaram o pedido de urgência da anistia. A fala, no entanto, soa como cortina de fumaça: o Planalto já se mobiliza nos bastidores para perseguir parlamentares “infiéis” e ameaçar cargos indicados no Executivo.
Enquanto a ministra vocifera que o projeto seria “absurdo” e “afronta ao Judiciário”, o que incomoda de fato é o temor de ver exposta a fragilidade de um sistema que condenou com base em narrativas. A reação exagerada do governo revela o medo de qualquer debate que contrarie os interesses do poder.
Mais irônico ainda é o STF se dizer ofendido após Gleisi admitir que discutir anistia é “plenamente defensável”. A mesma Corte que silenciou diante de abusos contra cidadãos comuns agora se irrita por perder o monopólio da pauta. A indignação seletiva escancara o desequilíbrio institucional que virou regra no país.