Na busca incessante por recursos, o governo federal agora pretende resgatar R$ 10 bilhões de fundos privados para tentar mascarar o rombo nas contas públicas. A medida, vendida como solução fiscal, ignora os impactos sobre o crédito e investimentos, além de gerar insegurança no mercado. Especialistas alertam que a retirada desses valores pode prejudicar diretamente empresas e estudantes que dependem dos fundos para financiamento.
Entre os alvos do governo estão recursos destinados a garantir crédito a empresas afetadas por enchentes e ao Fies, ameaçando a estabilidade de programas essenciais. A prática já foi questionada pelo Tribunal de Contas da União, que criticou a desvirtuação das finalidades dos fundos. Para o economista Marcos Mendes, “a ideia era que os valores voltassem ao Tesouro, mas isso nunca aconteceu”.
O mercado vê na ação mais uma manobra contábil, sem resolver o problema estrutural dos gastos públicos. A incerteza gerada pela medida pode afastar investidores e encarecer empréstimos, afetando diretamente pequenos empresários e estudantes, enquanto o governo segue sem cortar privilégios ou reduzir sua máquina inchada.